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Extinção

ESTADOS — EXTINÇÃO


VIDE: NADIDADE; KENOSIS; NIRVANA; VAZIO; NADA



René Guénon:
Esta «extinción» no carece de analogía, incluso en cuanto al sentido literal del término que la designa, con el Nirvâna de la doctrina hindú; más allá de El-fanâ hay todavía Fanâ el-fanâi, la «extinción de la extinción» que corresponde del mismo modo al Parinirvâna.

«Dictionnaire de René Guénon»

A tradição distingue a Extinção (El-fana), da Extinção da Extinção (Fana al-fanai), que é a princípio na Índia equivalente ao Parinirvana. Esta distinção corresponde à passagem entre a identificação com o Centro, estado já bastante elevado do ser, e a união final ao Ser total, união alcançando o conjunto das possibilidades e as superando mesmo radicalmente de uma certa maneira. A Extinção que representa um acesso ao Princípio, é igualmente uma participação a sua imutabilidade, uma imitação de seu "não-agir". Lao Tzu, que cita Guénon, afirma que "aquele que chegou ao máximo do Vazio, esse será fixado solidamente no repouso... Retornar a sua raiz, é entrar no estado de repouso". O vazio do qual fala Lao Tzu, é idêntico ao perfeito desprendimento (desprendimento idêntico a El-fana), "o desprendimento completo a respeito de todas as coisas manifestadas, transitórias e contingentes", está aí onde se efetua a passagem da circunferência das coisas contingentes ao Centro imutável, é a "Grande Paz no vazio. Esta Paz no vazio, precisa Guénon, é a "Grande Paz" do esoterismo islâmico (Es-Sakinah), a "Presença Divina" que está representada simbolicamente pelo Coração. A Extinção pode ser considerada, à imagem do nirvana, como uma condição supra-individual, e a Extinção da Extinção, comparável ao Parinirvana, a um estado totalmente incondicionado. Convém bem medir a distância que separa estes dois estados, e apreciar em toda sua dimensão o que pode representar verdadeiramente a "Grande Extinção", aquela que não comporta mais nenhum grau acima dela, que é una com a Unidade Suprema.


Frithjof Schuon: O ESOTERISMO COMO PRINCÍPIO E COMO VIA

O que devemos a Deus, nós o devemos de modo apropriado ao próximo. E se acreditamos a priori dever algo ao próximo, é que o devemos fundamentalmente a Deus. Tomemos o exemplo da extinção em Deus: há igualmente uma espécie de extinção em relação ao próximo, e é — exceto a união de amor onde a extinção é positiva de maneira imediata — a perfeita objetividade face a um outro ego que não é o nosso. Ser perfeitamente objetivo é morrer um pouco: é cessar de sermos nós mesmos para nos colocarmos totalmente no lugar do outro, o que de forma alguma significa que deveríamos adotar os seus erros e os seus vícios, assim como a objetividade perante si mesmo implica complacência para com taras ou pecados. Em todo caso, nossa morte em Deus ou nossa "extinção" só é sincera se produzirmos paralelamente uma espécie de morte ou de extinção em relação ao próximo, dependendo do que a situação possa exigir. Isso significa que, para fazer justiça a uma qualidade desconhecida que o nosso próprio caráter não nos revela imediatamente, é preciso "deixar de sermos nós mesmos" do ponto de vista em questão, e essa capacidade deve ser, para nós, uma segunda natureza, que não é outra senão a humildade. Em muitos casos, a nobreza manifesta a inteligência, o que prova que ela mesma é, aliás como toda virtude, uma forma de intelecção. Cada virtude é um olho que vê Deus.

Andre Allard: L'ILLUMINATION DU COEUR

Al-fana, a extinção, corresponde exatamente ao nirvana hindu e budista. O «vazio» de que é questão no Budismo é o nada existencial da criatura. O nirvana é a plenitude do Ipsum esse. Se , na Índia, Shiva é o Deus que destrói, é porque ele revela à criatura seu nada existencial. O Olho do Coração é o «terceiro olho» de Shiva, representado pela urna, a pérola frontal. O texto de Ibn Arabi do Tratado da Unidade esclarece: «Certos iniciados dizem que o conhecimento de Alá vem em seguida do fana al-wujud, quer dizer pelo efeito da extinção da existência. Ora, esta opinião é falsa. Há aí um erro manifesto. O conhecimento de Alá não exige a extinção da existência, pois as coisas não têm qualquer existência. Dizer que uma coisa cessou de existir, que ela não existe mais, equivale a afirmar que ela cessou de existir, tendo desfrutado de existência. Não quero dizer que tu és ou que tu possuis tal e tal qualidade. Quer dizer que tu não existes em absoluto e que tu não existirás jamais. Não podes cessar de ser, pois tu não és. Se reconheces a tua existência esta qualidade, quer dizer o nada, então conhece Alá. De outro modo não.»