VIDE: eixo; corpo; kardia; citações e comentários
Citações dos Padres — em nosso site francês
Zinzendorf: Zinzendorf Coração
Thomas Merton: Merton Pureza de Coração
Paul Evdokimov: Evdokimov Kardia
Mateus o Pobre: Mateus Purificação do Coração
No pensamento bíblico , o coração (leb), não é, como no universo cultural ocidental moderno, o órgão ou o lugar da afetividade, do sentimento, — em oposição à razão. O coração, na bíblia, é o órgão ou o lugar, o centro, o núcleo onde se elaboram as opções fundamentais, o lugar de onde emerge a liberdade, e onde se origina o ato da inteligência. A liberdade e a inteligência, no pensamento bíblico, são indissociáveis, no sentido que o ato de inteligência é um ato do qual somos responsáveis, e eis porque é meritório. Da falta de inteligência também somos responsáveis.
O que a Bíblia denomina "coração" corresponde também, por um lado, com os "rins". Com efeito, na antropologia bíblica, estas opções fundamentais que se elaboram no "coração" e nos "rins" são opções tão profundas, tão radicais, tão iniciais, que estão ocultas na obscuridade do ser humano.
- Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? (Jer 17:9)
- Mas, ó SENHOR dos Exércitos, justo Juiz, que provas os rins e o coração, veja eu a tua vingança sobre eles; pois a ti descobri a minha causa. (Jer 11:20)
- Examina-me, SENHOR, e prova-me; esquadrinha os meus rins e o meu coração. (Psa 26:2)
- Porventura não esquadrinhará Deus isso? Pois ele sabe os segredos do coração. (Psa 44:21)
SIMBOLISMO: sol e coração; triângulo do coração
Charbonneau-Lassay: Ensaios na revista Regnabit
René Guénon: O Sagrado Coração e a lenda do Santo Graal; o coração e a caverna; o coração e o "ovo do mundo"; coração irradiante e coração em chamas; coração e cérebro; o emblema do sagrado coração em uma sociedade secreta americana
Frithjof Schuon: Schuon Religião do Coração; olho do coração; Schuon Esoterismo Principio Via
O mistério teofânico do Coração é precisamente o fato de o Ser necessário habitar o centro do microcosmo humano, de forma que a certeza metafísica e Mystica, própria da religião do Coração, é a certeza que Deus tem de si mesmo e que Ele introduz na consciência do homem.
James Cutsinger: durmo mas meu coração vigia...
Jean Borella: La charité profanée
Os evangelhos não ignoram o significado profundo do "coração". O coração pode estar designando tanto o "eu", centro da individualidade psico-corporal, quanto o centro espiritual da pessoa. Dois textos indicam esta dualidade de sentidos, onde se afirmam o sentido do coração-intelecto e do coração-conhecimento diretivo e unitivo. O primeiro é a sexta Beatitude, onde Mateus (Mt 5,8) usa o termo "coração" pela primeira vez: "Bem-aventurado os que têm o coração puro, pois verão Deus". Se o coração puro verá Deus, é porque tem um "olho do coração", que é propriamente a inteligência espiritual. Pondo em relação a sexta beatitude com o sexto dom do Espírito Santo a doutrina cristã vê no coração puro o dom da inteligência. Quanto a segunda passagem: "Maria conservava com cuidado suas lembranças, e as meditava em seu coração" (Lc II, 19). O verbo grego que foi traduzido por "meditar" é symballein (reunir), associado à "Símbolo": Maria ligava todas as coisas em seu coração.
Ananda Coomaraswamy: Coomaraswamy Livre Arbítrio
Sohravardi: Sussurro das Asas de Gabriel (resumo do Instituto Nokhooja)
O termo khangah é traduzido como uma "loja Sufi" e deve ser compreendido como o próprio interior do buscador ou seu coração. É interessante notar a referência à ligação de Sohrawardi com o Sufismo. Por muitas vezes foi dito que ele não era um sufi pois não estava associada a uma das linhagens instituídas (téquias). No entanto, ele professa uma ligação "vertical", que o une diretamente à manifestação de Khidr, o guia oculto, representado por seu contato com seu "pai" no sentido celeste, ou seja, o próprio Anjo da Humanidade ou Gabriel.
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