VIDE: ALQUIMIA; ASTROLOGIA; ESOTERISMO; MAGIA; TEURGIA
René Guénon: CIÊNCIA SAGRADA E CIÊNCIA PROFANA
Frequentemente, temos enfatizado o fato de que as “ciências sagradas” pertencem a uma forma Tradicional determinada da qual fazem realmente parte integrante, pelo menos a título de elementos secundários e determinados, longe de representar apenas agregações adventícias que se teriam ligado a ela de forma mais ou menos artificial. É indispensável compreender bem este ponto e nunca o perder de vista se se quiser penetrar, ainda que minimamente, no verdadeiro espírito de uma Tradição; e é tanto mais necessário chamar a atenção para isso quanto se constata com bastante frequência, nos nossos dias, entre aqueles que pretendem estudar as doutrinas Tradicionais, uma tendência para não levar em conta ciências como a que está em questão, seja em razão das dificuldades especiais que apresenta a sua assimilação, seja porque, além da impossibilidade de inseri-las no quadro das classificações modernas, sua presença é particularmente desagradável para quem se esforça em reduzir tudo a pontos de vista exotéricos e em interpretar as doutrinas em termos de “filosofia” ou “misticismo”. Sem querer nos alongarmos mais uma vez sobre a vaidade de tais estudos empreendidos “de fora” e com intenções inteiramente profanas, repetiremos ainda, já que vemos, por assim dizer, todos os dias a oportunidade para isso, que as concepções distorcidas às quais eles inevitavelmente conduzem são certamente piores do que a ignorância pura e simples.
Frithjof Schuon: O ESOTERISMO COMO PRINCÍPIO E COMO VIA
Jean-Louis Michon: LE SOUFI MAROCAIN AHMAD IBN AJIBA
A letra da lei, é a ciência exterior (al-ilm al-zahir), quer dizer a ciência tradicional, enquanto a ciência interior (al-ilm al-batin) é a ciência espontânea (mawhub: «dada» por Deus).
Pode-se dizer igualmente: a ciência exterior é o conhecimento da Sabedoria [divina: al-hikma] enquanto a ciência interior é o conhecimento do Poder [divino: al-qudra]; ou ainda: a ciência exterior é o conhecimento da natureza humana, enquanto a ciência interior é o conhecimento da natureza espiritual; ou ainda: a ciência exterior é o conhecimento do estado de servidão e a ciência interior o conhecimento do que pertence ao Senhor. A primeira é conhecimento dos textos, a segunda, conhecimento das experiências, pois o conhecimento do estado de senhoria é aquela da extinção e da permanência, da embriaguez e da lucidez, da visão sintética e da síntese das sínteses, etc. Esta ciência não se exprime por palavras; mas não se pode senão sugeri-la por alusões porque sua natureza é «gustativa», não mental...