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id da página: 5237 TRADIÇÃO — CONHECIMENTO — SABEDORIA

Sabedoria

TRADIÇÃOCONHECIMENTO — SABEDORIA


VIDE: Sophia; Sofia; Sabedoria Natural; Philo-Sophia


Coomaraswamy Metafisica

Sosteniendo con Heráclito que la Palabra es común a todo, y que la Sabiduría es conocer la Voluntad por la que son gobernadas todas las cosas, estoy convencido con Jeremías de que las culturas humanas en toda su aparente diversidad son solo los dialectos de una y la misma lengua del espíritu, de que hay un «universo de discurso común» que trasciende las diferencias de lenguas.


... en las sociedades tradicionales, todos esos juegos y representaciones que nosotros consideramos ahora como «deportes» y «espectáculos» meramente seculares son, hablando estrictamente, ritos, en los que solo participan iniciados; y que, bajo estas condiciones, la pericia (kausalam) nunca es una habilidad meramente física, sino también una «sabiduría» (sophia, cuyo sentido básico es precisamente «la cualidad de ser experto»).


En ambas tradiciones (védica y gnóstica), los poderes integrales y auténticos, sobre cada nivel de referencia, son sizigias de principios conjuntos, macho y hembra; resumiendo la doctrina gnóstica de los Eones (védico amrtâsah = devâh) podemos decir que ab intra e informalmente estos son bythos y sige, «Abismo» y «Silencio», y ab extra, formalmente, nous y ennoia o Sophia, «Intelecto» y «Sabiduría»...


Schuon Esoterismo Principio Via

A sabedoria, na qualidade de ciência dos princípios universais, é o polo objetivo do conhecimento.
...todo homem que aconselha a sabedoria ou a prudência é, retrospectivamente, um sonhador, caso não seja obedecido; e, como nenhum sábio jamais é obedecido totalmente, todo sábio seria um sonhador. Se a norma é um sonho, é uma honra sonhar.
A sabedoria suprema é solidária com a infância santa.


Arthur Versluis: THEOSOPHIA

Judaísmo e Cristianismo tem uma trama comum no tocante à Sabedoria. Fílon de Alexandria escreveu sobre «Logos/Sophia» em suas exegeses e como muitos comentadores anteriores sugeriu que estes dois são fundamentalmente um. O Logos é o mediador entre coisas, como a vogal entre consoantes, escreveu Fílon — e Sophia «flui em uma corrente perpétua do Logos Divino». A «filha de Deus, Sophia», é «masculina» para os seres humanos, posto que Sophia «engendra nas almas um desejo de aprender disciplina, conhecimento... ações nobres».

Assim embora possa ser útil conceber Sophia como uma Virgem, não se deve agarrar a esta imagem, pois enquanto Sophia é uma «filha» de Deus, ela é «masculina» para conosco na medida que nos atrai para o que é nobre e bom, nos «inseminando».

Na Biblioteca de Nag Hammadi encontra-se um documento que recebe o título Sophia, onde Sofia é a sizígia feminina do Primeiro Homem. Sofia enquanto emanação ou hipóstase divina é desenvolvida pelos gnósticos da escola de Valentino, sendo também referida no livro cabalístico Bahir durante o século XIII em Provença na França. Nesta última interpretação sustenta-se uma distinção entre a «Sabedoria de Deus» ou a «Sofia superior», e a «Sabedoria de Salomão», ou a «Sofia inferior», o termo «Sophia» próximo do conceito de Shekinah, ou a presença «exilada» de Deus concebida em termo femininos.

Quanto a consubstancialidade do Primeiro Homem, Adam, Sophia e Cristo, temos aqui algo que Henry Corbin reconheceu no gnosticismo ismaelita, e que reapareceu na Theosophia cristã dos séculos XVII e XVIII: o reconhecimento de Adão, Sophia e Cristo em termos angélicos. Descrição similar é encontrada nos escritos de Jacob Boehme. Gottfried Arnold, seu seguidor, é autor de um estudo focando exclusivamente em Sophia, onde estende as doutrinas de Boehme sobre o tema, incluindo fontes como Agostinho, Orígenes e Valentino. Nas palavras de seu editor moderno: «Sophia é um eterno Ser, que antes de todas as criaturas, com a Sanctissima Trinitas, é eterna, e permanece para sempre em eternidade. É acima de todos os Anjos; a sabedoria eterna tem sua raiz somente na Deidade ela mesma, e através de seu Ser revela a si mesma... Sophia não é uma Pessoa fora da Trindade;... o espírito de Jesus e o espírito de Sophia não estão separados». «A eterna Sophia urge o homem através do renascimento a retornar à completude no Paraíso, ao qual o conduzirá.» O livro de Arnold nos conduz assim através de um tipo de jornada sofiânica, onde tudo depende fundamentalmente de uma metanoia ou «regeneração».


Christophe Andruzac: René Guénon, La Contemplation métaphysique et l'expérience mystique

A Sophia inclui um certo número de elementos exteriores à experiência filosófica do homem; não se pode então afirmar pura e simplesmente que ela finaliza a filosofia. Propomos convencionalmente designar por «Sabedoria Metafísica» todo o esforço filosófico concernente ao Ser Primeiro, esforço que está além da Noções Filosóficas e que participa da Sophia sem no entanto constituí-la totalmente.


Pierre Deghaye

O Deus de Boehme revela-Se no cumprimento de Suas obras. O teósofo descreve essa revelação progressiva que se denomina manifestação divina. Eis todo o seu propósito. Ora, Deus manifesta-Se pela Sabedoria e nela. A Sabedoria está no princípio dos caminhos divinos e em seu termo. Seu perfil torna-se progressivamente nítido, assim como o do próprio Deus, de quem é o espelho. Para conhecê-la, será necessário, portanto, seguir todo o percurso dessa manifestação divina.

A Sabedoria aparece a partir do momento em que Deus se denomina verdadeiramente Deus. Esse momento é, para Boehme, o primeiríssimo começo. É anterior à criação do mundo humano. Todavia, o universo criado é ele próprio precedido de um mundo emanado que Boehme denomina natureza eterna. E, para alcançar a origem primordial em que Deus Se manifesta em Sua Sabedoria, é preciso remontar ainda além desse mundo arquetípico.

Eis, portanto, o primeiro começo para Deus e Sua Sabedoria. Num momento que convém denominar segundo começo, nascerá a natureza eterna. Num primeiro instante, a Sabedoria permanecerá oculta, assim como Deus. Na raiz da natureza eterna reinam as trevas. Em seguida, a Sabedoria manifestar-se-á nessa natureza conduzida à sua perfeição. A luz irrompe nas trevas.

A natureza eterna adquire corpo segundo um ciclo de emanações que culmina na primeira criação, a dos anjos. A carne dos anjos, quintessência da natureza eterna habitada pela Sabedoria, é o primeiro céu. Nela a Sabedoria é soberana. Em seguida, torna-se novamente invisível quando Lúcifer perde o esplendor; ela era esse esplendor. Contudo, Adão ocupa o lugar do anjo decaído. Então a Sabedoria resplandece de novo no corpo celeste do primeiro homem, o único manifestado antes da queda. Depois, afasta-se mais uma vez, após o pecado. Retornará para iluminar a carne celeste do Cristo e o Seu corpo universal.

A Sabedoria personifica a presença divina, oculta ou manifestada. Mostra-se plenamente quando o tempo da revelação se consuma.