Primeiro que tudo há que se entender sempre os autênticos ditos de Jesus como dirigidos à vida interior, única que lhe interessa como Salvador e Messias. A renúncia é interior, é um desprendimento de tudo e de todos que formam o mundo interior do homem neste mundo de sonho, bom ou mau, de que fez seu mundo. A renúncia de casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, nesta estação em que o homem se encontra, significa, no entanto, a multiplicação de todos e de tudo, dos "renunciados", "com preocupações". Ou seja, com aflições e permanente luta de desapego. A renúncia é o passo, a decisão inicial, mas o combate é o que vai ser lançado face à multiplicação do que ainda representam todos e tudo que se renunciou, na estação em que nos encontramos.
Entretanto, em outra dimensão (aion), receberemos a "vindoura vida eterna".
Ao "tomar sua cruz" se assume a dimensão horizontal, reconhecendo e redimindo todos e tudo que se agregam a esta dimensão, ao redor do ponto central que somos. Deste ponto central, encontro das dimensões horizontal e vertical, pela linha vertical da cruz somos e temos a vida eterna.