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Nasargadatta Maharaj

Ditos de Nasargadatta Maharaj conforme aqueles que o ouviram

A Mente Única

ZEN

1. O Mestre disse: “Todos os seres sencientes, incluindo os Budas, não são, na realidade, nada além da Mente Única: ela é tudo o que existe. Essa Mente não tem começo e é indestrutível. Não tem forma nem cor e transcende todos os atributos e comparações. É Aquilo que existe diante de ti, o vazio ilimitado que não pode ser medido; comece a pensar nisso e cairás em erro.

Os seres sencientes, apegados à forma, buscam externamente a iluminação e não percebem que, independentemente do que façam por um eon inteiro, ficarão frustrados. Eles não compreendem que, se apenas pararem de conceituar e se preocupar, perceberão que a Mente Única é o Buda e que o Buda é todos os seres vivos. Essa Mente Única não é maior no Buda e menor no homem comum.”



ADVAITA

a) Eu sonho o universo, e tudo o que é sonhado é “eu” – eu que sou, mas não como um “eu”; percebes o universo, mas ÉS apenas como “eu” e não como qualquer “tu”.

b) Só eu posso olhar, mas não vejo o que é visto por um “eu”; só eu posso falar, mas não digo o que é dito por um “eu”; só eu funciono, mas não faço o que é feito por um “eu”. EU SOU, mas não há “eu” ou “tu” ou “ele” ou “ela”.

c) Eu sou o ver de tudo o que é visto; o ouvir de tudo o que é ouvido; o saber de tudo o que é conhecido ou pode ser conhecido; eu sou a Consciência de tudo o que é consciente, a concepção de tudo o que pode ser concebido e, portanto, não posso ser concebido.

“Eu” só posso ser “concebido” como CONSCIÊNCIA, inconsciente de ser consciente.

Balsekar

Não há culpa

Nada acontece que não esteja destinado a acontecer; os supostos indivíduos são meros personagens dentro desse acontecimento, qualquer acontecimento. Não há ninguém a quem dar reconhecimento por nada, nem nada pelo qual se possa receber crédito; da mesma forma, não existe a questão da culpa ou do fracasso.

(Cartas de Ramesh Balsekar 9)

Maya ("aquilo que não é")

Não podes transcender a atividade até que retornes à Fonte. O fato de existires (no sentido de "sou") é a ilusão, cuja natureza é dividir e aparecer como muitos. Quando surge o sentimento de "sou", atribuis realidade ao mundo objetivo, que está constantemente passando por transformações e mudanças. Sei que isto é "maya" ("aquilo que não é").

Nisargadatta

Descubra o "sou"

P: Pelo que disseste, concluo que sem o corpo não pode haver liberação. Se a ideia: "Não sou o corpo" leva à liberação, a presença do corpo é essencial.

— M: Muito bem. Sem o corpo, como pode surgir a ideia: "Não-sou-o-corpo"? A ideia "Sou livre" é tão falsa quanto a ideia "Sou preso". Descubra o "sou" comum a ambas e vá além.

Nisargadatta

Tudo fadado a desaparecer

Precisas interiorizar-te. Quaisquer que sejam as grandes coisas que tenham acontecido na natureza, por mais poderosas que sejam, desaparecem aqui mesmo. Estas situações aparecem e desaparecem. Isto é realmente abstrato, o que é sólido aqui é o conhecimento "sou". O visto e o ver desaparecem. Digo isso somente àqueles que estão preparados para ouvir. Tudo o que aparece está fadado a desaparecer.

Nisargadatta

Quietude

Interlocutor: Como podemos aprender a eliminar as preocupações?

M: Não precisas se preocupar com tuas preocupações. Simplesmente sejas. Não tentes ficar quieto; não transformes "ficar quieto" em uma tarefa a ser executada. Não fiques agitado em busca de "estar quieto", nem miserável em busca de "ser feliz". Apenas estejas ciente de que és e permaneças ciente - não digas: "sim, sou; e em seguida? Não há "em seguida" em "sou". É um estado atemporal.

Nisargadatta

Ishwara

Todas as ações são realizadas pelo princípio "Ishwara" ("Sou"), que é limitado pelo tempo e tem sua existência no desconhecido. Então, o que há para fazer? Por que dizer que faço alguma coisa? A consciência do "sou" faz tudo e esse "sou" não é nada além de conhecimento sem atributos, que é limitado pelo tempo.


Quando a consciência do "sou" se torna pura (simplesmente o "sou" e não "sou isso" ou "sou aquilo"), te tornas "Ishwara" (Deus ou criador) e o céu se torna teu corpo.

Nisargadatta

Desejo

Estás além de todo desejo, que por sua vez depende exclusivamente da consciência do "sou". Não tente suprimir teus desejos, simplesmente evite identificar-te com eles — "Não sou este desejo". O desejo, por si só, desaparecerá. Quando todo o desejo tiver desaparecido, a consciência ("sou") também desaparecerá — o que resta é a Realidade.

Nisargadatta

Senciência

Agora, com o que estamos nos preocupando? Estamos lidando com a forma física, que é composta e alimentada pelos cinco elementos. Nesta forma estão operando a força vital (o sopro vital) e esta consciência, ou seja, o conhecimento "sou" ou o senso de ser, o senso de existência. Este último é a "senciência", que é a dádiva da consciência.

Nisargadatta

Maya

"Maya" é tão poderosa que o deixa completamente envolvido por ela. "Maya" significa "sou", "amo ser", não tem identidade exceto o amor. Esse conhecimento de "sou" é o maior inimigo e o maior amigo. Embora possa ser seu maior inimigo, se o propiciar adequadamente, se transformará e o levará ao estado mais elevado.

Nisargadatta

"Sou" não tem grilhões

Qualquer pessoa encarnada com o conhecimento "Sou" realiza suas atividades no mundo apenas com o nome. Esse núcleo interno, o "sou", não tem grilhões. Uma vez que se compreenda que se é apenas esse "sou", e não essa forma acorrentada, então não é necessária nenhuma liberação, pois isso em si é liberação.

Nisargadatta

Chegar-se e Ir-se

O "Sou" é a forma mais pura de atributo (pode-se até dizer que não tem atributos). Quando até mesmo esse atributo puro desaparece, tem-se "Parabrahman". "Brahman" (Deus ou "Sou") significa que se chegou. Quando esse chegar-se se vai, é "Parabrahman". Que existes é o conhecimento primário.

Nisargadatta

Pré-consciência

Esse conhecimento "sou", essa consciência, surgiu de um estado anterior, quando não havia consciência. A consciência é um estado que está conosco agora e por conta do qual sofremos; e antes que essa consciência viesse, prevalecia um estado em que não estávamos conscientes e que era um estado feliz.

Nisargadatta

Término

O que foi concebido cresceu fisicamente, e algumas das expressões desse conhecimento "Sou" alcançaram coisas tremendas. No final do período de tempo, as personalidades magníficas e o que quer que tenham alcançado — ambos desaparecem, por mais longo que seja o tempo, há um fim para isto.

Nisargadatta

Pacote

Essa doença que tenho não é separada do que existe como corpo, sopro (breath) e o conhecimento "sou". Esse é um pacote que foi criado; o que quer que aconteça está contido neste pacote. Estava separado dele antes da concepção e continuarei a estar separado do que foi criado.

Nisargadatta

Ilusão

O fato de existires (como uma personalidade, o sentimento ou a consciência de "sou") é uma ilusão, portanto, o que quer que seja visto por meio dessa ilusão não pode ser real. Tudo o que estou dizendo, toda essa discussão, é ilusão; além disso, deves prosseguir.

Nisargadatta

Tempo

Esse intervalo entre o início da consciência do "sou" (nascimento e estado de vigília) e o momento em que a perdes novamente (morte e estado de sono profundo) é chamado de "tempo". O tempo e os atributos não são dois, mas um, e ambos devem desaparecer.

Nisargadatta

Fonte

O que quer que eu esteja lhe dizendo não é a verdade, porque saiu desse "sou". A verdade está além da expressão. Estou levando-o repetidamente à fonte da nascente. Quando fores à fonte, saberás que não há água, a água é a novidade "Sou".

Nisargadatta

O maior obstáculo é o "sou"

O maior obstáculo é o "sou" que cresce sobre sua verdadeira natureza, o que lhe dá a sensação de "estou fazendo isso" e "sou isso e aquilo", de modo que te sentes beneficiado por esse "sou", mas na verdade estás sendo enganado por ele.

Nisargadatta

Entidade (beingness)

É somente durante a duração da entidade (beingness) que o mundo e a criação existem. Este poder é a fé no conceito primordial "Sou", e este é o conceito que tece a teia da criação. Toda a manifestação é uma aparência deste conceito.

Nisargadatta

Amor

Esse sentimento de amor deve ser compreendido e então o amor se desenvolverá por si mesmo. O amor pelo Si, esta consciência, "Sou", aqueles que entenderam isso como o verdadeiro amor, tornaram-se eles mesmos amor. Tudo se fundiu neles.

Nisargadatta

Cada um deve dizer "sou"

Cada um deve dizer "sou" e se dar conta de Isso. Não existe "você" e não existe "eu" como entidades individuais. Até que o pensamento "sou" estivesse presente, não havia manifestação; ambos surgiram simultaneamente.

Nisargadatta

Eu sou isso ou aquilo?

Quando Krishna diz: "Eu me lembro de todos os meus nascimentos passados", ele quer dizer que se lembra de "Eu sou", que é o sentimento fundamental por trás de todos os nascimentos. Não existe "eu sou isso ou aquilo".

Mas alguém renasce?

P: Mas alguém renasce?

- M: O que nasceu deve morrer. Somente o não nascido é imortal. Descubra o que é que nunca dorme e nunca acorda, e cujo pálido reflexo é o nosso senso de "eu". Nisargadatta