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SOM

som
TRADIÇÃO — SOM


VIDE: VERBO; MÚSICA; FALA; SIMBOLISMO DOS SONS



René Guénon: SIMBOLISMO DO PEIXE

Hay aún, en el Matsya-avatara, otro aspecto que debe retener particularmente nuestra atención: después del cataclismo, o sea al comienzo mismo del presente Manvantara, él aporta a los hombres el Veda, que ha de entenderse, según la significación etimológica de la palabra (derivada de la raíz vid-, 'saber'), como la Ciencia por excelencia o el Conocimiento sagrado en su integridad: es ésta una de las más netas alusiones a la Revelación primordial, o al origen "no humano" de la Tradición. Se dice que el Veda subsiste perpetuamente, siendo en sí mismo anterior a todos los mundos; pero está en cierto modo escondido o encerrado durante los cataclismos cósmicos que separan los diferentes ciclos, y debe luego ser manifestado nuevamente. La afirmación de la perpetuidad del Veda está, por otra parte, en relación directa con la teoría cosmológica de la primordialidad del sonido entre las cualidades sensibles (como cualidad propia del Éter, Âkaça, que es el primero de los elementos) 1 ; y esta teoría no es en el fondo otra cosa sino la que otras tradiciones expresan al hablar de la creación por el Verbo: el sonido primordial es esa Palabra divina por la cual, según el primer capítulo del Génesis hebreo, han sido hechas todas las cosas 2 . Por eso se dice que los Rshi o Sabios de las primeras edades han "oído" el Veda: la Revelación, siendo obra del Verbo, como la creación misma, es propiamente una "audición" para aquel que la recibe; y el término que la designa es Çruti, que significa literalmente "lo oído" 3 .

Durante el cataclismo que separa este Manvantara del precedente, el Veda estaba encerrado, en estado de repliegue, en la concha (çankha), que es uno de los principales atributos de Vishnu. Pues la concha se considera como continente del son primordial e imperecedero (ákshara), es decir, del monosílabo Om, que es por excelencia el nombre del Verbo manifestado en los tres mundos, y a la vez, por otra correspondencia de sus tres elementos sonoros o mâtrâ, la esencia del triple Veda 4 . Por otra parte, estos tres elementos, reducidos a sus formas geométricas esenciales 5 y dispuestos gráficamente de determinada manera, forman el esquema mismo de la concha; y, por una concordancia muy singular, ocurre que este esquema es también el de la oreja humana, órgano de la audición, la cual debe, en efecto, si ha de ser apta para la percepción del sonido, tener una disposición conforme a la naturaleza de éste 6 . Todo esto toca visiblemente algunos de los más profundos misterios de la cosmología; pero, ¿quién, en el estado de espíritu que constituye la mentalidad moderna, puede aún comprender las verdades pertenecientes a esta ciencia tradicional?


SHAYEGAN, Daryush. Les Relations de l’hindouisme et du soufisme: d’après le “Majma 'al-bahrayn” de Dârâ Shokûh. Paris: Éditions de la Différence, 1979.

🔊 A Metafísica do Som e as Correspondências
  • Mantras como OM e hamsa são símbolos sonoros que resumem e totalizam todos os planos de existência e os níveis do ser sob a forma de fórmulas mágicas e liturgias místicas.
  • Essa visão dos mantras como microcosmos sonoros baseia-se nas correspondências ocultas entre todas as modalidades do ser, abrangendo sons, cores, formas, planos do ser, modos de consciência e suas divindades correspondentes.
  • As homologias em tríades (como os três guna, as três divindades, os três estados de consciência e os três planos de manifestação grosseiro, sutil e causal) demonstram as correspondências entre os diferentes aspectos de uma mesma realidade.
  • O estado de consciência de vigília corresponde ao modo grosseiro de manifestação, a uma divindade associada por sua função (como Brahma) e aos elementos mais grosseiros (como a terra), e essas homologias se repetem em escalas superiores (por exemplo, estado de sonho, corpo sutil e Visnu) até o princípio incondicionado, onde todas as distinções se identificam com a unidade absoluta do ser.
  • Os mantras estão ligados à metafísica do som e podem expressar, como no caso do pranava, as fases da manifestação do mundo, desde a ocultação da "Palavra Transcendente" (para) até a manifestação sensível das palavras articuladas (vaikhari), passando pelos estágios intermediários da "Palavra Vidente" (pasyanti) e da "Palavra Intermediária" (madhyana), que correspondem aos estágios da produção do som no homem e aos corpos sutis da fisiologia mística do antropocosmo.
  • Os mantras também se relacionam com a ciência do sopro, como o hamsa (expiração com HA e inspiração com SA) que serve de suporte à meditação.
  • A identificação dos três movimentos do sopro (inspiração, expiração e retenção) com as três letras do OM, e a homologação desta com o japa hamsa (associado a um pássaro que bate as asas simbolizando o sopro), evidenciam as correspondências entre a ciência do sopro e a magia dos sons.
  • Essa simpatia mística interioriza a liturgia sagrada, despertando a semente-verbal (bija / bindu) que dorme no interior do homem, e que, ao ascender progressivamente, perfurando os centros sutis, atualiza os estados parapsicológicos para culminar na gnose suprema.
  • No plano macrocósmico, o muladhara corresponde ao sono cosmogônico e ao enrolamento da energia cósmica kundalini (o germe primitivo bindu da "Palavra Transcendente"), cujo despertar projeta os três mundos; no plano individual, o sono da kundalini simboliza o sono da inconsciência e a ocultação do som (sob a forma de bindu).
  • Ao atualizar os mantras, despertam-se todas as realidades universais a eles correspondentes, e aquele que o faz assimila magicamente todas as potências que lhe são análogas, tornando-se um microcosmo, uma imago mundi.
  • No homem, os sete mundos da cosmologia (escalonados no eixo do universo, Meru) têm sua contraparte nos sete cakras na coluna vertebral (o próprio Meru), com divindades, sementes-verbais e letras mágicas associadas.
  • O homem torna-se um antropocosmo, e quando a realização do atman é atingida, a tríade visva-taijasa-prajna, a tríade virat-hiranyagarbha-Isvara e os três mundos se dissolvem no atman, e o "ovo de Brahman" (brahmanda), o "ovo do microcosmo" (pindanda) e sua causa se aniquilam pelo fogo do conhecimento, restando apenas o paramatma, conforme a Yoga kundalini Upanisad (III, 2-24).