VIDE
Alain Daniélou
Excertos resumidos de "Le polythéisme hindou". Buchet Chastel, 1975
- sattva, a tendência coesiva
- Na Trindade cósmica, Vishnu, o Imanente, é o nome que se dá à tendência coesiva ou centrípeta que é denominada sattva. Tudo o que no Universo tende para o centro, para um grau mais alto de concentração, de coesão, de existência, de realidade, tudo que tende a cria a luz, a verdade, é representado por Vishnu.
- A palavra Vishnu
- É a tendência centrípeta que mantem unidos os elementos do Universo. É ela que é a causa de toda concentração, logo da luz, da matéria, da vida. Esta tendência penetra todas as coisas, está em todas as coisas, é a natureza imanente de tudo.
- Segundo a Brihad-devata (2,71) a palavra Vishnu pode vir da raiz vish (vishnati, se espalhar) ou vish (vishati, penetrar) ou de vishlri (veveshti, cercar) que todos tem o mesmo sentido.
- A natureza de Vishnu
- Vishnu é a causa interna, a potência pelas qual as coisas existem. Ele não está preocupado com a forma exterior que permanece no domínio da tendência orbitante, do Ser-imenso, Brahma. Não há estado de existência que não dependa da destruição ao mesmo tempo que da duração. Não poderia haver vida sem morte, ou morte sem vida. Vishnu e Shiva são portanto interdependentes. Mas, enquanto Shiva é o princípio destruidor, Vishnu é o princípio da continuação e pode ser considerado como o símbolo da vida perpétua. É o poder que mantém o Universo unido. Ele é portanto a meta para qual tendem os seres temporários. Ele é a esperança em tudo que desejaria durar, de tudo aquilo que deve morrer, a meta para qual estão orientadas todas as religiões.