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id da página: 9825 Henry Corbin – No Islame Iraniano II – Arcanjos Henry Corbin

Corbin Arcanjos


CORBIN, Henry. En Islam iranien: aspects spirituels et philosophiques II. Paris: Gallimard, 1991

O ponto de ruptura de Sohrawardi com a angelologia aviceniana

  • A insuficiência do esquema aviceniano, que limitava a processão das hipóstases a apenas três atos de contemplação.
  • A visão das "Fontes da Luz de Glória" convenceu Sohrawardi da necessidade de uma nova angelologia para explicar a multidão infinita de astros e a pluralização do ser no "Céu das Fixas".

A estrutura da angelologia sohrawardiana em três fases

  • A constituição da angelologia através de "dimensões" múltiplas: Sohrawardi substitui os três atos de contemplação de Avicena por uma pluralidade de "dimensões" (como dominação e amor, irradiação e reflexão) para explicar a multiplicação inumerável das hipóstases de Luz.
  • O "Mundo das Mães" (tabaqat al-Tül): O primeiro universo de arcanjos, que se originam diretamente da Luz das Luzes e formam uma hierarquia descendente. Sohrawardi os chama de "Luzes soberanas" e "Fontes supremas".
  • A dualidade na hierarquia angélica: A hierarquia do "Mundo das Mães" resulta em uma dupla manifestação: um segundo grupo de arcanjos que formam o "Ordem latitudinal" (tabaqat al-Ard), e a emanação do "Céu das Fixas" como uma forma de manifestação da indigência.

A hierarquia das luzes e suas funções no cosmos

  • As Luzes Vitoriosas (Anwar Qahira): São os arcanjos do "Ordem longitudinal" e "latitudinal", que Sohrawardi identifica com os Amahraspands zoroastrianos. Eles são os "senhores das espécies" (arbab al-anwa) e os "anjos das teurgias" (tilismat).
  • As Luzes Regentes (Anwar Mudabbira) ou Luzes Espahbad: Este terceiro grupo de luzes, que inclui as almas humanas e as almas que movem os orbes celestes, é chamado de "Luzes Espahbad", um título da antiga cavalaria iraniana. Eles participam do "combate" espiritual no mundo material, desempenhando o papel das Fravartis zoroastrianas.
  • O sentido da "epopeia mística": A ascensão do ser, que culmina no "lever" triunfante da Luz Espahbad, é o ponto de transição da epopeia heroica para a epopeia mística. Essa jornada de redenção espiritual é o sentido profundo do ta'wil (hermenêutica) de Sohrawardi.

A síntese angelológica e a figura do Anjo da Humanidade

  • A angelologia como uma síntese de tradições: A angelologia de Sohrawardi é uma fusão do zoroastrismo (com os nomes dos Amahraspands), do neoplatonismo (com a ideia de Dii-Angeli) e do esoterismo islâmico. A hierarquia das luzes se desdobra em três ordens que correspondem a diferentes planos da realidade.
  • O Anjo da Humanidade (Rabb al-Nu' al-insani): O "Ordem latitudinal" inclui o anjo da espécie humana, que é identificado com o arcanjo Gabriel, o anjo da Revelação e do Conhecimento. Essa figura é central para a obra de Sohrawardi e para a piedade vivida dos ishraqiyun.
  • O anjo como a "Natureza Perfeita": A relação do anjo da espécie com cada indivíduo é de uma "Natureza Perfeita" que serve como guia e arquétipo. Sohrawardi se baseia nos hinos de Proclus e nas liturgias pessoais de seu "Livro de Horas" para expressar essa relação, que é fundamental para a teosofia ishraqi.