O mundo é o dote dado ao homem pela Alma Universal.
Deste matrimônio a prole é a eloquência,
O conhecimento, a linguagem, a virtude, a beleza terrena.
A beleza celestial desce do mundo invisível,
Desce qual algum folião licencioso,
Arma sua bandeira na forte cidade da beleza terrena,
Lança em confusão toda a ordem do mundo.
Ora cavalgando realmente no corcel da formosura,
Ora brandindo a aguda lâmina da linguagem.
Quando contemplada numa pessoa, chama-se beleza,
E quando ouvida no discurso, eloquência.
Santos, reis, dervixes, apóstolos,
Todos igualmente se curvam e reconhecem seu domínio.
Que encanto é este na beleza de um rosto formoso?
Não é meramente beleza terrena, dizei o que é?
Aquele arrebatamento do coração só pode vir d'A Verdade,
Pois não há parceiro na agência Divina.
Como pode ser a luxúria que arrebata os corações dos homens?
Pois A Verdade ora aparece como mal.
Confessai a 'atuação' d'A Verdade em todo lugar,
Não avanceis além de vossos próprios limites.
Reconhecei A Verdade no traje do bem como a verdadeira fé,
A Verdade no traje do mal é a obra de Satã.