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Estórias

Fazer

Tu desprezas os budistas?", perguntou o coelho com tristeza.
"Não particularmente", respondeu a coruja com indiferença.
"Mas tu me disseste ontem que preferias um rato!
"É verdade, um que estivesse preparado para sacrificar seu precioso "si mesmo", se bem me lembro...
Sim, este aqui", disse o coelho, modestamente torcendo o nariz, "Posso saber por quê?
"Não há ninguém para fazer isso", explicou a coruja, "uma ausência não tem sabor; é digerível, mas não nutritiva".
"Não estou entendendo", suspirou o coelho.
Uma presença relativa não tem nada a oferecer", explicou a coruja pacientemente, "e somente sua ausência poderia fazê-lo".
"Por que isso?", perguntou o coelho, perplexo.
"O que está presente recebe, mas não dá", afirmou a coruja, "essa é a natureza da volição egoísta estendida no espaço-tempo".
"Mas quando dá?", perguntou o coelho.
"Enganando a si mesma", disse a coruja, "somente a Ausência pode FAZER".
"Me dá o que pensar", refletiu timidamente o coelho.
"Perda de tempo", disse a coruja. "Não desperdice, não queira - apenas FAÇA".
"Mas como FAZER?", perguntou o coelho.
"Faça como tu gostarias que fizessem", e deixe-se fazer!", concluiu a coruja. 'De qualquer forma
- tu serás!

Wei Wu Wei Coruja Coelho