"Se tu pudesses dizer de forma simples", observou o coelho, "talvez eu pudesse entender".
"Simplesmente o quê?", perguntou a coruja.
"Simplesmente em uma dúzia de palavras".
"Oito seriam suficientes", disse a coruja.
"Bem, então oito - se oito forem suficientes".
"Oito é demais, mas tu precisas delas".
"Como tu pensas", suspirou o coelho; "o que são?
"Eu, que não sou nada, sou todas as coisas", disse a coruja.
Como você pode ser as duas coisas se não é nenhuma?
"É exatamente porque não sou nenhuma das duas coisas que sou ambas".
"Então o que eu sou?
"É porque tu pensas que és alguma coisa que não és nada".
"E daí?", perguntou o coelho. "Então tu sofres", respondeu a coruja, decidindo jantar.