Skip to main content
id da página: 1984 John Deck – UNO Plotino

Deck Plotino Uno

DECK, John N. Nature, contemplation, and the one: a study in the Philosophy of Plotinus. Burdett, NY: Larson Publ, 1991

  • Doutrina do Um de Plotino e a sua necessidade de exame quanto a instâncias primárias de poiesis e de conhecimento

    • Exigência de demonstração do lugar da doutrina do Um na filosofia plotiniana
    • Necessidade de caracterização mais precisa do Um antes do tratamento sob os aspectos de poiesis e conhecimento
  • Demonstração racional do Um como princípio primeiro

    • Argumentação a partir da natureza do Noûs como uma dualidade de inteligência e inteligível
    • Inferência de que toda multidão é posterior a uma unidade, exigindo um princípio anterior ao Noûs
    • Formulação do argumento: "Se não é Noûs, mas escapa aos dois, aquilo que é anterior a estes dois estará além do Noûs. Mas o que é? Diremos que é aquilo de onde provêm o Noûs e o inteligível que está com ele."
  • Complementação da demonstração pela noção do Bem

    • Argumentação de que o Noûs, por ter a necessidade de ver e de agir, relaciona-se com um princípio superior
    • Identificação desse princípio superior como o Bem, que é o mesmo que o Um
    • Fundamentação da doutrina do Um na filosofia de Plotino por exigência racional, a partir da natureza do princípio inferior
  • Distinção entre a experiência filosófica e a experiência místico-paranormal do Um

    • Reconhecimento do testemunho de Porfírio sobre as experiências extáticas de Plotino
    • Citação das alusões do próprio Plotino: "a preparação e o adornamento [da alma para a experiência do Um] são evidentes para aqueles que se prepararam a si mesmos" e "Aquele que viu sabe o que digo, que a alma tem outra vida, quando está voltada para o Um e se aproxima do Um e participa dele"
    • Observação de que as descrições da experiência do Um são precedidas por variações das provas padrão, tornando a filosofia inteligível por si mesma
  • Caracterização do Um como hipóstase distinta e inefável

    • Demonstração do Um como princípio distinto do Noûs e como causa distinta do causado
    • Afirmação da inefabilidade do Um, onde até o nome "Um" não é uma designação positiva adequada
    • Problematização da atribuição de predicados, que introduziria dualidade e o tornaria "o um que é", a segunda natureza
  • Denominação do Um como o Bem e análise das implicações

    • Definição do Bem como aquilo que todas as coisas desejam, em direção ao qual agem e por causa do qual são o que são
    • Negação de que o Bem seja bom para si mesmo, pois isso implicaria uma dualidade inexistente
    • Explicação de que o Um é a fonte da qual tudo procede, inclusive o conhecimento como desejo de conhecê-lo
  • Estratégia discursiva de Plotino para falar do Um

    • Emprego de frases dualistas com a devida qualificação, mediante partículas como hoion ou expressões corretivas
    • Advertência explícita no início e no fim do tratado VI, 8 sobre o discurso "incorreto" para fins de persuasão, que se afasta do rigor do conhecimento
    • Uso de expressões como "a partir de si mesmo", "por si mesmo", "em direção a si mesmo", "quer a si mesmo" e "faz ou constitui a si mesmo" como tentativas de expressar a autossuficiência sem dualidade
  • Doutrina da transcendência e simplicidade absoluta do Um

    • Afirmação de que o Um nada necessita, incluindo subsistência, entidade, ato ou vida
    • Explicação de que, se necessitasse ou possuísse tais atributos, não seria o primeiro princípio, pois se tornaria dual
    • Caracterização do Um como estando além da subsistência, além da entidade, além do ato e além da vida
  • Aplicação coordenada de afirmações e negações para exprimir a natureza do Um

    • Uso de antíteses: afirma-se e nega-se que o Um é, que subsiste, que é ato, que é livre, que tem vida
    • Esclarecimento de que as negações visam afirmar a simplicidade, enquanto as afirmações evitam um entendimento negativo do Um
    • Conclusão de que o Um possui quasi-subsistência, quasi-entidade e quasi-vida, idênticas a si mesmo, sendo o mais suficiente e o menos carente
  • Preliminares sobre a produção e o conhecimento no Um

    • Inferência de que, se o Um produz, não pode ser por dissipação ou saída de si mesmo
    • Inferência de que, se o Um conhece, não pode ser de um modo que o coloque em oposição a si mesmo
    • Conclusão de que, não sendo negativo, se produz veridicamente produz e se conhece veridicamente conhece
  • A produção (poiesis) do Um: geração do Noûs

    • Explicação, no modo "incorreto", de que o Um faz a si mesmo, sendo uno com o seu querer a si mesmo
    • Esclarecimento, no modo próprio, de que o Um não faz a si mesmo subsistir e nada mais o faz subsistir, estando acima da vontade e da necessidade
    • Descrição da geração do Noûs como um permanecer perfeito, estável e imóvel, à semelhança do sol gerando a luz à sua volta
  • Fundamentação metafísica da produção a partir da perfeição

    • Princípio geral: "tudo o que já é perfeito gera. Aquilo que é sempre perfeito gera sempre, e gera algo eterno"
    • Explicação de que os seres geram enquanto permanecem, a partir da sua própria entidade como fonte originativa
    • Caracterização da hipóstase dependente como necessária, contígua à fonte e proveniente do poder presente do gerador
  • Precisão doutrinal sobre o ato do Um e a geração do Noûs

    • Distinção entre o ato da entidade, que é o próprio Um, e o ato a partir da entidade, que é o Noûs
    • Explicação de que o Noûs "toma a sua hipóstase" e "vem ao ser e à entidade" a partir do ato autoconstituído e autossuficiente do Um
    • Uso da metáfora do "vir à presença" para descrever a dependência ontológica do inferior em relação ao superior
  • Caracterização do produto como imagem do produtor

    • Definição do Noûs como imagem, imitação e simulacro do Um
    • Esclarecimento de que a imagem, no sentido primário plotiniano, é como um reflexo no espelho, dependente e não separável do arquétipo
    • Conotação de completa dependência ontológica e relativa falta de realidade do produzido em relação ao produtor
  • Necessidade e completude da produção a partir do Um

    • Afirmação de que o poder do Um não pode ser contido, avançando até que todas as coisas atinjam o limite da sua possibilidade
    • Declaração de que nada mais pode ser gerado do Um, pois tudo o que poderia ser gerado já o foi
    • Conclusão de que a produção perfeita ocorre sem saída de si, sem esforço e precisamente devido à perfeição, imutabilidade e autossuficiência
  • O problema do conhecimento no Um

    • Resposta inicial negativa: a atribuição de conhecimento introduziria dualidade, tornando o Um "o conhecedor e o Bem"
    • Argumentação de que o conhecimento, mesmo no Noûs, não é perfeitamente simples, exigindo um objeto
    • Afirmação de que o Um não conhece a si mesmo nem a mais nada, nem é ignorante, estando além do conhecimento
  • Possibilidade de um superconhecimento ou contato consigo mesmo no Um

    • Sugestão, em eneada-V-3-10, de um "tocar" e "contato apenas" como um "pré-conhecer" antes da geração do Noûs
    • Descrição, no modo "incorreto", do Um como que "fazendo-se a si mesmo por um ato de olhar para si mesmo"
    • Identificação, em eneada-VI-8-16, de uma "vigília eterna" e "superconhecimento" que é o próprio Um
  • Evidências textuais para um conhecimento positivo no Um

    • Afirmação de que "o mais amável no Um é, por assim dizer, o Noûs", indicando uma natureza intelectual
    • Declaração de que o ser e o Noûs, ao serem derramados do Um, testemunham o conhecimento nele existente
    • Proclamação inequívoca em eneada-V-4-2: "o seu autoconhecimento é ele mesmo, um autoconhecimento por uma espécie de consciência de si estando em extase eterna e em um conhecimento diferente do conhecimento segundo o Noûs"
  • O superconhecimento do Um como identidade consigo mesmo

    • Fundamentação na noção plotiniana de que a verdade e o conhecimento ideais tendem à identidade entre o conhecedor e o conhecido
    • Caracterização do conhecimento no Noûs como uma unidade, ainda que não absoluta
    • Conclusão de que a autoidentidade cognitiva do Um pode ser um superconhecimento no sentido positivo, sendo o análogo primário de todo conhecimento