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id da página: 3131 Lie Zi – Imortalidade

Lie Zi Imortalidade

LIE ZI — DA ARTE DA IMORTALIDADE

Lie Zi, O Livro do Vazio Perfeito, "Shuo Fu: Decifrando a Mensagem", Cap. 28.

10. Meng Sun Yang perguntou a Yang Zhu: «Suponhamos que alguém estime tanto a vida e tenha tal apego ao próprio corpo que espere, convicto, poder alcançar a imortalidade; é isto possível?». Yang Zhu respondeu-lhe: «Logicamente, a imortalidade não existe». «E a longevidade? Pode-se esperar alcançá-la?». Respondeu Yang Zhu: «Logicamente, a longevidade não existe. Não é estimando a vida que se pode conservá-la, nem cuidando do próprio corpo que se pode mantê-lo saudável. Ademais, para que prolongar a vida? Os cinco sentimentos, o amor e o ódio, sempre existiram; a segurança e o perigo do corpo, hoje como ontem; penas e alegrias no mundo não variaram; mudanças e mutações, ordem e caos, agora como na antiguidade. Uma vez que o ouviste, uma vez que o viste, uma vez que o viveste, cem anos parecer-te-ão demasiados. Quanto mais dura se te tornaria uma vida ainda mais longa!». Meng Sun Yang disse-lhe então: «Nesse caso é preferível uma morte prematura a uma vida prolongada. Assim conseguiremos satisfação se nos lançarmos ao fogo ou sobre o fio de uma espada». Yang Zhu replicou-lhe: «De modo algum. Posto que vives, deixa as coisas seguirem, sem apego a nada. Cumpre teus desejos enquanto chega a morte. E quando fores morrer, comporta-te de igual modo, segue o processo natural e abandona-te ao não-ser. Não há nada que valha a pena, nada que não possas deixar passar. Para que, pois, falar de cedo ou tarde nesse espaço intermediário que é a vida do homem?».