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id da página: 2869 JEAN-CLAUDE LARCHET NOSOGRAFIA

Philokalia-Therapeutes Phobos


PHOBOSTEMOR

Os Padres classificam entre as paixões, o temor e todos os estados que lhe são próximos, constituindo formas ou graus, como o medo, a paúra, o terror, e também a ansiedade, a angústia e o desespero.

O temor é em geral provocado pelo risco de privação ou de sofrimento, pela ideia ou sentimento que se vai perder ou que se poderia perder isto que se deseja, ou que se está apegado.

Pode ser uma virtude (arete) ou uma paixão (pathos). Clemente de Alexandria nota: "Se o medo é também uma paixão, todo medo não apenas uma paixão" (Stromates II, 8).

Primeira espécie de temor, que Deus pôs no homem o criando, pertence a sua natureza, de dupla forma:

  • uma força que prende o homem a seu ser mesmo, em lhe fazendo temer a perdição de sua alma e corpo. Por este phobos e suas manifestações mais elementares, o homem se agarra à vida, ao ser e receia tudo que possa corrompê-las e arruiná-las.
  • sua segunda forma é o «temor a Deus», que é em seu grau elementar o temor do castigo divino e em seu grau mais elevado o temor de estar separado de Deus.


A segunda espécie de temor, que os Padres consideram como uma paixão, é uma consequência do pecado ancestral. Ela se manifesta sempre como uma repulsa que experimenta o homem diante do que pode corromper e destruir seu ser, mas não se trata então de seu ser segundo Deus, mas de seu ser caído ao qual está apegado pela philautia. É sempre antes de tudo temor da morte, mas não pela mesma razão que anteriormente.