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id da página: 8053 Henry Corbin – IBN ARABI – Ciência do Coração Henry Corbin

Corbin Cordis Scientia

A Ciência do Coração

É finalmente a esta noção de criação recorrente que é preciso voltar para compreender como Ibn Arabi examina e explica alguns casos exemplares desta Imaginação criadora. Escolhemos alguns se relacionando respectivamente à himma, a princípio na função que a habilita a produzir algo que se destaca dela (khayal monfasil) e que subsiste em uma ou várias das Hadarat, tão tempo quanto ela aí o proeserva; em seguida, na sua função de órgão de percepção do mundo intermediário das Ideias-Imagens e Formas de aparição; finalmente na função que o assimila ao dhawq ou percepção mística, possuindo a capacidade de transmutar todos os objetos de nossas percepções sensíveis.


  • A concepção de criação recorrente na explicação da Imaginação Criadora por Ibn ‛Arabī

    • A relação da noção de criação recorrente com a capacidade da himma de produzir fenômenos imaginativos
    • As três funções da himma na teoria de Ibn ‛Arabī
      • A produção de algo que se desprende dela e subsiste nos Ḥaḍarāt
      • A atuação como órgão de percepção do mundo intermediário das Imagens-Ideias e Formas aparicionais
      • A assimilação à percepção mística, que possui a capacidade de transmutar as objeções das percepções sensoriais
  • A meditação de Ibn ‛Arabī sobre o episódio corânico do trono da rainha de Sabá

    • A narrativa do Alcorão sobre a solicitação de Salomão e a ação de Asaf ibn Bakhīya
    • A interpretação do evento como um fenômeno de desaparecimento e existentiação, e não de locomoção
    • A explicação do ocorrido como uma nova criação ou renovação da Criação em um instante indivisível
    • A identidade do trono residindo na hecceidade da essência, e não em suas manifestações recorrentes
    • A causalidade como proveniente do Nome divino investido na hecceidade, e não como conexão entre fenômenos
  • A implicação da renovação da Criação para a identidade e a semelhança

    • A reação da rainha Bilqīs ao reconhecer o trono e a afirmação "É como se fosse"
    • A síntese entre pluralidade e unidade contida na exclamação da rainha
    • O reconhecimento de Ibn ‛Arabī da complexidade do problema do trono e sua solução pela criação recorrente
    • O poder excepcional de Salomão, que dispensava a concentração mental da himma para produzir tais efeitos
    • A condição de que todo efeito da "Oração Criativa" está sujeito à permissão divina
  • A natureza imaginativa do "transporte" do trono e a lição do palácio de cristal

    • O convite de Salomão para a rainha entrar no palácio pavimentado com cristal
    • O equívoco da rainha, que confundiu o piso de cristal com uma poça de água
    • A intenção de Salomão de demonstrar que o trono pertencia à mesma ordem imaginativa
    • A lição de que todo objeto percebido é uma "nova criação" e a continuidade aparente consiste na manifestação de semelhantes
    • A função da Imagem, uma vez reconhecida como tal, de permitir o ta'wīl e a passagem para os Ḥaḍarāt superiores
  • A função da himma e da faculdade imaginativa na percepção do mundo intermediário

    • A capacidade da himma de utilizar a faculdade imaginativa para perceber o mundo intermediário
    • A transmutação da envoltura exterior em sua verdade pela elevação dos dados sensoriais
    • O cumprimento da função teofânica dos seres e coisas por meio dessa transmutação
  • O erro de José na interpretação de seu sonho e a crítica de Ibn ‛Arabī

    • O sonho de José com as onze estrelas, o sol e a lua se prosternando perante ele
    • A declaração de José no Egito de que a visão havia se cumprido
    • A crítica de Ibn ‛Arabī ao ta'wīl de José, que consistiu em rebaixar as formas imaginativas ao plano sensível
    • A definição do verdadeiro ta'wīl como a elevação das formas sensíveis às formas imaginativas e a significados superiores
    • A caracterização do erro de José como o ato de alguém que ainda está adormecido
  • A contraposição do "José Muhammadano" e sua compreensão da Imaginação

    • A figura do "José Muhammadano" instruído na ciência do coração
    • A referência ao dito do Profeta "Os humanos estão adormecidos; ao morrer, despertam"
    • A construção de uma fenomenologia da Luz e da sombra pelo "José Muhammadano"
    • A demonstração de um ta'wīl da Imaginação que a reconduz à sua verdade subjacente
  • O equívoco de ‛Ā'isha sobre as revelações do Profeta e a natureza do estado de sonho

    • O relato de ‛Ā'isha sobre os sonhos verdadeiros do Profeta como o primeiro sinal da inspiração
    • A limitação do conhecimento de ‛Ā'isha, que via a aparição do Anjo como um evento no mundo sensível
    • A afirmação de que toda a vida do Profeta transcorreu na modalidade daqueles seis meses de sonhos
    • A definição de que tudo que emerge do mundo do Mistério é inspiração divina, independentemente da forma
  • A Imaginative Presence como o estado de percepção do Profeta

    • A recepção de todas as inspirações, inclusive a visão do Anjo, através da Ḥaḍrat al-Khayāl
    • A caracterização do estado do Profeta não como sono fisiológico, mas como visão de sonho dentro da visão de sonho
    • A necessidade de interpretação para tudo que é apreendido na Presença Imaginativa
    • A capacidade do Profeta de ver o Anjo em forma humana e reconhecê-lo como Gabriel, afirmando ambas as verdades
  • A hermenêutica universal e a função teofânica da Imaginação Ativa

    • O reconhecimento de que tudo que o homem vê em sua vida terrestre é da mesma ordem das visões em um sonho
    • A elevação de todas as coisas ao nível de Imaginações Ativas, demandando uma hermenêutica
    • A aplicação ilimitada do ta'wīl pelo Profeta a tudo que encontrava
    • A interpretação do leite como simbolizando o conhecimento
    • A função universal e libertadora da imaginação ativa de transmutar tudo em um Símbolo-Imagem
  • A tipificação como processo criativo e a renovação da Criação

    • A definição da tipificação de realidades imateriais nas realidades visíveis que as manifestam
    • A realização da tipificação pelo ta'wīl como função por excelência da Imaginação Ativa
    • A constituição da renovação tipológica das similitudes pela tipificação
    • A identificação da renovação das similitudes com a criação renovada e recorrente a cada instante
  • O contraste entre a atitude do Profeta e a de Taqī ibn Mukhallad diante de um sonho similar

    • O sonho de Taqī ibn Mukhallad, no qual o Profeta lhe oferece um copo de leite
    • A busca de verificação material por parte de Taqī, forçando-se a vomitar o leite
    • A caracterização da atitude de Taqī como a de quem busca a certeza apenas no plano físico
    • A transubstanciação realizada pelo ta'wīl do Profeta no mundo da Presença Imaginativa
    • A privação do alimento espiritual sofrida por Taqī ao demandar a verificação material
  • A implicação do pensamento imaginativo para a alquimia e a angelologia

    • A relevância dessa maneira de pensar para a compreensão do sentido e da realidade da alquimia
    • A referência à angelologia de Jacob Boehme e ao alimento imaterial dos Anjos
    • A defesa de um docetismo que transforma a "realidade" em aparência transparente ao significado transcendente
  • O fechamento do círculo da investigação: a Imagem como recorrência da Criação

    • A conclusão de que a Imaginação realiza a cada instante uma "nova criação"
    • A afirmação de que a Imagem é a recorrência da Criação
  • A importância da Presença Imaginativa para a existência manifesta e a teofania

    • A premissa de que sem a Presença Imaginativa não haveria existência manifesta nem Criação
    • A manifestação do Ser Divino de acordo com a Imaginação teofânica, e não em Sua Ipseidade
  • O princípio corânico das metamorfoses teofânicas

    • A citação do versículo "Tudo perecerá, exceto Sua face"
    • A interpretação dos literalistas ortodoxos, que se refere à Face Divina
    • A interpretação dos teosofistas, que se refere à Face de cada coisa
    • A reconciliação das duas interpretações pela identidade entre a Face Divina e a Face eterna de um ser
  • A formulação de ‛Abd al-Karīm Jīlī sobre o Espírito criado e o Espírito divino

    • A afirmação de que cada coisa sensível possui um Espírito criado pelo qual sua Forma é constituída
    • A relação entre o Espírito criado de uma forma e a forma mesma como a de um significado com uma palavra
    • A existência de um Espírito divino pelo qual o Espírito criado é constituído, sendo este o Espírito Santo
    • A individualização da perfeição do Espírito Santo em cada objeto dos sentidos ou do intelecto
    • A designação da Face divina pela qual a Face de cada criatura é constituída
  • A base hadítica para a "Forma de Deus"

    • A referência aos ḥadīth sobre a criação de Adão segundo a forma do Misericordioso e segundo a Forma de Deus
    • A afirmação de que a "Forma de Deus" pertence a Deus como uma realidade constitutiva de Si mesmo
  • A preparação para o estudo da Oração teofânica como ciência do coração

    • A conclusão do estudo da Imaginação teofânica e seu caráter criativo no homem
    • A transição para a investigação da Oração como o exemplo perfeito da "ciência do coração"
    • A capacidade da Oração teofânica de superar o paradoxo de visar a "Forma de Deus" respeitando a inefabilidade da Essência
    • A chave interpretativa para a visão do Templo místico por Ibn ‛Arabī: a relação entre o Espírito criado e o Espírito divino