Nasceu na família de Cepeda, em Ávila, em 28 de março de 1515. Quando jovem, se interessou por romances de cavalaria, mas logo depois os livros de devoção a fascinaram. Na adolescência, era um pouco vaidosa, mas aos 18 anos entrou para o mosteiro carmelita por uma vocação clara e irresistível. A vida conventual tornou-se tediosa depois de algum tempo; a oração, mecânica, impossível, até que em 1554 teve seu primeiro êxtase em uma imagem do Cristo ensanguentado. Começou a fazer provações, orientada pelo diretor jesuíta, para garantir que os êxtases não fossem diabólicos: com flagelações e cilícios. As visões não cessaram; na verdade, se sentiu perfurada por dardos angelicais ardentes.
Afligida pela reforma, quis remediar a situação levando o Carmelo de volta às suas origens, obteve uma bula papal de aprovação e fundou o primeiro mosteiro das freiras carmelitas descalças em 1562; as camas tinham que ser feitas de palha, a carne era descartada, todo o sustento tinha que vir de esmolas. No entanto, teve que esperar no convento das calçadas, acusada e perseguida, até a chegada de uma bula de Pio V que permitiu que se juntasse às irmãs da ordem reformada. Os êxtases continuaram e começou a escrever sua vida; incentivou a fundação de conventos masculinos, espalhou a Espanha com conventos femininos, viajou e enfrentou dificuldades. A aversão da ordem original era tão amarga que foi presa como culpada de exceder os limites das autorizações papais, e as Scalzas não aceitaram as austeridades sem se rebelarem. Morreu em 4 de outubro de 1582.
Em 1588, suas obras foram publicadas por Luis de León. (Zolla)
DESTAQUES: