BRETON, Stanislas. Philosophie et mystique. Existence et surexistence. Grenoble: Jérôme Millon, 1996
Resumo de Texto em Stanislas Breton Verbo
- A centralidade do Prólogo de São João para a questão da preexistência
- A preexistência e a vida em Deus como possíveis apenas por uma relação essencial com o Verbo que é/está em Deus e junto a Deus
- A análise do verbo "ser" no tempo imperfeito como marca da duração intemporal da eternidade
- O imperfeito "era" significando a potência durativa que faz da fulguração um clarão subsistente
- A distinção entre "ele é" como o eclodir de um surgimento e "ele era" como a persistência desse surgimento
- A compatibilidade entre "ele era" e o Ego sum qui sum do Êxodo, representando distintos pontos de vista sobre uma mesma realidade singular
- "Ele era" como o ponto focal que orienta o pensamento para a preexistência, do ponto de vista das criaturas
- O termo "preexistência" e seus riscos de redobramento ontológico
- O texto do Prólogo na Vulgata de São Jerônimo e sua tradução ecumênica
- A citação do texto latino: "In principio erat Verbum et Verbum erat apud Deum et Deus erat Verbum. Hoc erat in principio apud Deum. Omnia per ipsum facta sunt, et sine ipso factum est nihil quod factum est. In ipso vita erat et vita erat lux hominum"
- A citação da tradução ecumênica: "Ao princípio era o Verbo, e o Verbo estava virado para Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava, ao princípio, virado para Deus. Tudo foi feito por ele e sem ele nada foi feito de tudo o que foi feito. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens"
- A interpretação da expressão "In principio" como "no Princípio" e não apenas como um começo temporal
- O Verbo pensado em sua relação com Deus-Pai
- A análise da preposição grega pros e suas duas traduções possíveis
- A tradução que privilegia o acusativo e o movimento: "estar voltado para Deus" ou "ser/estar-para"
- A tradução que privilegia o dativo e a permanência: "junto de", significando uma morada ou um "permanecer" ativo
- A preferência de São Tomás de Aquino pela versão "junto de"
- A possível união dos dois sentidos na ideia neoplatónica de "movimento imóvel"
- O estatuto ontológico do Verbo definido por essa dupla referência que constitui sua personalidade
- A observação de São Tomás de Aquino sobre as relações que indicam ao mesmo tempo unidade e diferença dos termos
- A preposição "em" ligada à expressão "in principio"
- A significação aproximada da "consubstancialidade" afirmada pelo dogma conciliar
- As nuances do ser-em a serem explicitadas
- A preposição "por" colocando o Verbo em relação com a criação
- A função de causa eficiente assumida pelo Verbo em relação ao mundo
- A especificação dessa causalidade, tendendo para uma causalidade instrumental
- A imagem do Verbo como "a mão" do Pai, à semelhança da alma como "o órgão dos órgãos" em Aristóteles
- A citação de Aristóteles comentada por São Tomás de Aquino: "A alma é comparada à mão. A mão é o órgão dos órgãos... assim a alma foi dada ao homem em lugar de todas as formas, para que o homem seja de algum modo a totalidade do ser"
- O Verbo como a "mão universal" e o "lugar inteligível" das ideias exemplares
- A determinação do estatuto ontológico do Verbo pelo jogo das quatro preposições
- A precisão dos termos "tudo" e "nada" e sua relação com o Verbo
- O neutro grego panta e suas duas acepções de adjetivo indefinido e de substantivo
- A tradução do versetto com quantificador universal: "para todo x, se x veio à existência, então x foi-feito-pelo-Verbo"
- A conexão do universal com as modalidades do necessário e do impossível na Escolástica
- A propriedade "ter vindo à existência" necessariamente ligada a "ser feito pelo Verbo"
- A omnitemporalidade fundada num "essencial" ou implicação estrita "segundo a essência"
- A diferença entre o "tudo" indefinido e o "Tudo" substantivo
- A unidade particular e irredutível do Tudo substantivo, segundo a perspectiva mereológica
- A totalização pelo quantificador universal como uma sucessão de indivíduos coordenados pela conjunção "e"
- A totalização pelo Tudo substantivo como uma subordinação das partes a um tudo singular que as engloba e mantém
- O problema da justificação da expressão "o Tudo" universal como último englobante
- A insuficiência de cada elemento, que remete para o outro e obriga a mantê-los no Tudo que os contém
- A identificação, no Prólogo, do termo panta com "o Tudo" em sua singularidade, o universo dos seres e coisas
- A questão do relacionamento entre as duas formas de "tudo" e a precedência do "Tudo" sobre o quantificador universal
- A teoria do verbo mental construída para iluminar o dogma trinitário
- A ilustração pela metafísica do vivente e pelo intelecto como forma mais alta de vida
- A fecundidade do intelecto, que deve gerar o "verbo mental" como sua progênie imaterial
- A etimologia de "conceptus" evocada por João de São Tomás para ler no conceito a necessidade de "conceber" e "gerar"
- O princípio metafísico da conexão entre o ser e o agir, dotando o intelecto de uma eficiência produtiva
- A abertura do indivíduo para a espécie e para a referência semântica no verbo mental
- A aproximação do conceito-verbo com o signo e a semiótica
- O "querer-dizer" ou significar como dado objetivo imanente ao intelecto
- O sentido como dado objetivo que não se identifica puramente com o ato intelectivo, embora dele proceda
- A fecundidade do pensamento como expressão de sua generosidade difusiva de si
- A relação essencial do verbo mental com os humanos e com as coisas, exigindo um fundamento unificador
- A citação de São Tomás de Aquino: "multa ut multa non possunt cogitari sed multa per modum unius"
- A necessidade de uma determinação unificadora prévia para a referência intencional à pluralidade de singulares
- A compreensão do verbo-conceito como condição para sua extensão
- O problema do estatuto ontológico do sentido imanente ao verbo-conceito
- A redução do sentido a uma ilusão ou sombra, por não ser um singular nem um existente
- O questionamento sobre o complexe significabile ou o enunciável que é objeto de enunciação
- A síntese das doutrinas essenciais do Prólogo como referencial para o tema da preexistência
- A definição ontológica do Verbo pelas preposições: em, junto de, para, por
- A marca do Verbo em toda a criatura, uma vez que tudo foi criado por ele
- A incorporação, na singularidade das coisas, eventos e seres, de um verbo que lhes é consubstancial
- A teoria dos diversos sentidos da Escritura estendida às próprias coisas
- Tudo o que vem do Verbo podendo ser dito "verbo" por participação
- A expressão de Mestre Eckhart de "advérbio do Verbo" aplicada a toda criatura, resumindo a preexistência