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id da página: 8642 PHILOKALIA DEFINIÇÃO DE PAIXÕES

Philokalia Paixões

Em grego, o termo significa literalmente aquilo que acontece, que sucede, que se passa em uma pessoa ou coisa, uma experiência a que se submete passivamente; donde um apetite ou impulso, como raiva (orge), desejo (thymikon) ou inveja (pleonexia), que violentamente domina a alma (psyche). Muitos Padres a reconhecem como algo intrinsecamente mau, uma doença da alma: assim João Clímaco afirma que Deus não é o criador das paixões, que elas não são naturais, mas estranhas ao verdadeiro homem (A Escada Santa, Passo 26).

Outros Padres, no entanto, veem as paixões como impulsos originalmente postos no homem por Deus, e assim fundamentalmente boas, embora distorcidas pelo pecado (hamartia) (por exemplo, Isaías o Solitário). Neste caso, elas devem ser educadas, não erradicadas; transfiguradas e não suprimidas; usadas positivamente, não negativamente.

Muito é dito na Philokalia sobre as "paixões". Esta palavra, segundo Richard Temple, não tem o mesmo sentido que hoje é dado na linguagem ordinária, embora esteja relacionada a impulso emocional. As paixões que o Hesicasmo fala são, em grande parte, movimentos invisíveis de energia psíquica entre a mente e as emoções relacionadas aos sentidos. Só um homem engajado em um trabalho interior, na busca do auto conhecimento, pode começar a lançar luz nesta espécie de atividade tendo lugar dentro dele mesmo mas além da vista de sua consciência ordinária. Atenção especial é necessária para ver o que se passa sob a superfície, atenção que ela mesma deve ser cultivada por longa prática e exercícios. Sem ela um homem não pode conhecer a si mesmo psicologicamente, e descrições que pode encontrar significarão muito pouco para ele a não ser que ele mesmo esteja interessado no caminho do autoconhecimento. Eis porque documento como os que compõem a Philokalia são mantido em segredo por tanto tempo; ele não têm sentido algum fora dos círculos nos quais eram usados, ou pior, são facilmente incompreendidos e mal usados.

O que gostamos e não gostamos — nossas opiniões, atitudes e crenças — são quase sempre sustentadas por, assim como são os resultado de, esta forma de identificação emocional que o Hesicasmo denomina “paixão”. Até certo ponto somos conscientes destes resultados mas não suspeitamos sua origem psicológica. Nossas fixas atitudes emocionais interiores são os “tijolos” com os quais são construídos os muros de nossa prisão espiritual; é por causa deles que não somos livres para interiorizar-nos, para abrir a todos a novidade e a riqueza da vida e das pessoas a nossa volta.

As paixões existem em diferentes componentes e subdivisões que constituem o homem. Há “paixões da parte excitável; paixões corporais; paixões da fala e da língua; paixões da mente; paixões do pensamento”.