VIDE: Violência; Provocação
ORGE
A ira ou cólera (orge) aparece como paixão (pathos) sempre que se toma o próximo como seu objeto. Deste modo, nenhum motivo pode legitimá-la. É contra o Maligno (diabolos) que se deve irar não contra uma de suas vítimas, pois como afirma o apóstolo Paulo "não temos que lutar contra a carne (sarx) e o sangue, mas contra as dominações, as autoridades, contra os príncipes deste mundo das trevas, contra os espíritos maus nos lugares celestes". (Ef 6:12) Deve-se combater o pecado (hamartia) não aquele que o comete: "Odeie a doença (pathos), não o doente", recomenda Santa Syncletica (Apotegmas).
Arrolam-se sob esta paixão (pathos) não apenas as manifestações violentas, exteriorizadas ou não, mas todas as formas de agressividade, externas ou internas, abertas ou veladas, grosseiras ou sutis, que tomam o outro como alvo. Alinham-se aí o ressentimento (menis), o rancor (mnesikakia), o ódio (misos, kotos) e todas as demais formas de hostilidade, animosidade, inimizade, enfim de maldade. O mau humor, as irritações (exikolia) e as manifestações de impaciência, também compõem esta paixão desastrosa para o homem, assim como a indignação, as provocações, implicâncias e a ironia com os outros.
CRISTOLOGIA
THE MISUSE OF THE INCENSIVE POWER
nocache
João Crisóstomo
Pouco lhe importa o mal que a alma se faz a si mesma, ela aí se decide, e nele se dá uma espécie de prazer que deve ser satisfeito a qualquer preço. Sim, este abrasamento do coração não está aí sem um certo prazer, ele exerce de fato sobre a alma uma tirania mais imperiosa que qualquer outro prazer. (TRATADO DO SACERDÓCIO III, 14)
PHILOKALIA
João Climaco
É uma dor sensível e aguda que não se deixa de gostar devido à docura que encontra-se no azedume mesmo da cólera. (A ESCADA DIVINA)