Excertos de sua apresentação ao livro O DESPERTAR DO BUDA
AS NOBRES VERDADES DO BUDISMO
E então, tendo superado a tentação do santo, que é fazer o bem, a tentação do político, que é utilizar os meios igualmente para fazer o bem, a tentação do monge, que é renunciar a todas as coisas para sentir-se bem e fundamentado; então, naquele parque de cervos, chamado ísipatana, juntou-se aos cinco monges que reencontrara e lhes disse:
"É preciso evitar esses dois extremos. E quais são esses extremos? Um deles é buscar e desejar o prazer. Tem origem no afetivo, é vulgar, é ignóbil, não tem em si proveito algum, e leva a renascer. O outro extremo é a busca do ascetismo, do desagradável, do sofrimento, da renúncia, e é do mesmo modo doloroso e inútil."
Esses dois extremos devem ser evitados. E continuou: "O Tathâgata (nome que não se sabe se ele mesmo ou a tradição dava, mas o texto pâli assim o transmite), em compensação, evita esses dois extremos e caminha por uma vereda do meio, que é um caminho luminoso, lindo e inteligível; é um caminho de serenidade, que leva à paz, ao conhecimento, à iluminação, ao nirvana."
NOBRE VERDADE DA DOR
CESSAÇÃO DA DOR
CAMINHO PARA EXTINÇÃO DA DOR
Traduzo por reta o que se poderia entender por sereno, equilibrado, completo, perfeito. Sammâ, de onde vem também a palavra harmonia, a visão harmônica. Digamos, então:
Cada uma dessas palavras poderia ser traduzida de diferentes formas e deveria ser explicada detalhadamente, mas continuemos com o texto:
Essas são as quatro verdades nobres que formam a pedra angular e o ponto de união de toda essa tradição que durante vinte e cinco séculos contribuiu como poucas para dar ao mundo muitas filosofias, fecundar várias civilizações e criar todo um estilo de vida.