Em um templo tibetano, os monges realizam cerimônias diárias combinando canto profundo com gestos simbólicos. Cada monge segura um sino na mão esquerda e um dorje na direita. O sino representa a Sabedoria, princípio feminino, enquanto o dorje representa o Método, princípio masculino. Esses elementos simbolizam a união necessária entre ambos para alcançar a iluminação espiritual, sendo frequentemente representados também na arte sacra.
A tradição ensina que Sabedoria e Método devem atuar em harmonia, pois o desequilíbrio entre eles leva a desvios espirituais. Essa ideia é ilustrada por uma parábola tibetana: um cego e um aleijado conseguem chegar juntos à cidade da iluminação ao unirem suas capacidades — visão e movimento —, mostrando que nenhum princípio é eficaz isoladamente.
Nos ensinamentos espirituais, evita-se o excesso de teoria abstrata ou de atividades desnecessárias. A instrução é administrada com economia, no sentido de boa administração de recursos espirituais e mentais. A sabedoria adquirida deve ser usada enquanto está viva, alimentando mente e corpo por meio da prática. O caminho espiritual requer equilíbrio entre reflexão e ação, pensamento e prática concreta, para que todo o ser participe do processo de regeneração.
DESTAQUES