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A Natureza do Princípio Último: Brahman como Plenitude do Ser
- A concepção do Brahman como princípio primeiro elementar, onipresente na natureza e no divino, realizado pelo sábio no silêncio absoluto.
- A definição do Brahman como um estado do ser, não uma pessoa ("ele") ou um conceito impessoal ("isto"), no qual todas as distinções entre sujeito e objeto desaparecem.
- A compreensão do termo "Brahman" como uma palavra que designa a experiência da plenitude infinita do ser.
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A Caracterização Fenomenológica do Brahman como Saccidananda
- A designação Advaita do Brahman como Saccidananda: Ser (sat), Consciência (cit) e Beatitude (ananda).
- A interpretação de Saccidananda não como atributos que qualificam o Brahman, mas como símbolos formulados pela mente humana para interpretar a experiência do Brahman.
- A experiência do Ser (sat) como o princípio ontológico de unidade, o substrato existencial de todos os sujeitos e objetos, experienciado como Ser puro e não qualificado.
- A experiência da Consciência (cit) como o princípio de vigilância, um testemunho imutável do ser, caracterizando o estado de iluminação.
- A experiência da Beatitude (ananda) como o princípio de valor, um estado de natureza extática que anula todos os valores parciais.
- A fundamentação do Brahman na experiência (anubhava) fenomenológica de plenitude, iluminação e alegria, como o objetivo último da vida humana.
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A Via Negativa e a Indescritibilidade do Brahman
- A limitação inerente a qualquer caracterização positiva do Brahman, que, por ser transcendental, desafia toda descrição e especificação.
- A citação de Yajñavalkya sobre a melhor descrição do Brahman ser "não é isto, não é aquilo" (neti neti).
- A interpretação de Shamkara de que termos como "verdade" (satya) servem para diferenciar o Brahman de entidades com qualidades contrárias, funcionando como negações dos opostos.
- O papel pragmático das caracterizações positivas: orientar a mente para o Brahman, negando qualidades contrárias dentro da experiência empírica.
- A função da via negativa do Advaita Vedanta como salvaguarda da unicidade não qualificada do Brahman, tornando inócuos argumentos de demonstração ou refutação.
- A limitação da linguagem, originada na experiência fenomênica da multiplicidade, para aplicar-se a estados de ser que estão além dessa experiência.
- A limitação da lógica, fundamentada na relação da mente com a ordem dos fenômenos, que ao afirmar algo simultaneamente nega outra coisa.
- A concepção de que "toda determinação é negação" e que o Real, sendo sem diferenças internas, é inconcebível, podendo a pensamento apenas abordá-lo por meio de negações.
- O reconhecimento explícito no Advaita Vedanta de que tudo o que é expresso por palavras é, em última análise, não-Brahman.
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A Distinção entre Nirguna Brahman e Saguna Brahman
- A necessidade da distinção entre Nirguna Brahman, o estado transcendente indeterminado do ser sobre o qual nada pode ser afirmado, e Saguna Brahman, o Brahman qualificado, interpretado e afirmado pela mente a partir de seu ponto de vista limitado.
- A interpretação do Saguna Brahman tanto como um modelo particular de experiência espiritual quanto como uma transformação epistêmica do Nirguna Brahman em um objeto de devoção.
- A compreensão do Brahman como um estado de ser que é silêncio e também um devir dinâmico.
- A clarificação de que o estatuto divino do Brahman não corresponde a uma deidade pessoal, mas a um estado de ser onde as distinções são harmonizadas.
- A descrição do Nirguna Brahman como o estado onde todas as distinções desaparecem e são superadas, associado à iluminação mental e espiritual (jnana) e à experiência sem determinação (nirvikalpa samadhi).
- A descrição do Saguna Brahman como o estado onde as distinções são integradas na dualidade da unidade, associado à beatitude e ao amor (bhakti) e à experiência determinada (savikalpa samadhi).
- A função do Saguna Brahman de completar a experiência do Nirguna Brahman, absorvendo e harmonizando todas as coisas e afirmando a espiritualidade intrínseca de todos os modos do ser.
- A síntese da concepção Advaita: Brahman como a plenitude do ser experienciada na não-dualidade, com Saccidananda descrevendo o caráter dessa experiência.
- A reafirmação da indescritibilidade final do Brahman e a inadequação da linguagem e da lógica.
- A justificativa para a distinção entre Nirguna e Saguna Brahman como consequência das limitações humanas e como nome para a experiência espiritual de harmonia e amor.
- O valor do Saguna Brahman ao permitir a afirmação da espiritualidade essencial de tudo que existe em um determinado nível de ser.