Carregando...
 
Skip to main content
id da página: 9445 Coomaraswamy – GOTAMA, O BUDA – Turbante e Para-sol Ananda Coomaraswamy Rama Coomaraswamy

Coomaraswamy Turbante

Coomaraswamy Buda – Turbante e Para-sol

  • A análise filológica e iconográfica do ushnisha e unhiso no contexto budista e brahmânico.

    • A investigação do termo unhiso-siso budista na obra do autor para o JRAS. de 1928.
    • O significado invariável de ushnisha na literatura brahmânica e de unhiso no cânone Pali como «turbante».
      • A descrição no Atharva Veda Samhita XV.2 do atuendo do Vratya, onde «o dia é o turbante (ushnisha), e a noite o cabelo».
      • A referência no Vajasaneyi Samhita XVI.22 a Rudra como ushnishin (portador de turbante).
      • O episódio no Majjhima Nikaya II.119 onde o Rei Pasenadi remove o seu turbante (unhisan) perante o Buddha.
    • A prescrição iconográfica no Digha Nikaya III.145 (Lakkhana Suttanta), onde o Tathagata, como Mahapurisa, é descrito como unhiso-siso.
    • A interpretação lógica de unhiso-siso como «cabeça provida de um turbante» ou, possivelmente, «de uma coroa», por analogia com termos como vajra-bahu e padma-pani.
  • A evolução da representação iconográfica do ushnisha do turbante para a protuberância craniana.

    • A representação de Bodhisattvas com turbante e a referência primitiva à adornação de figuras do Buddha com joias no Mahavamsa.
    • O desenvolvimento do tipo do «Buddha Coroado», como Cakravartin ou Rei do Mundo, conforme estudado por M. Mus.
    • A inadequação da insígnia da realeza para o tipo monástico do Buddha, que constitui a base da iconografia.
    • As soluções iconográficas alternativas: o mecho de cabelo espiral do tipo Kapardin e, posteriormente, os cachos curtos.
      • A descrição no Jataka I.64-65 da tonsura do Buddha, onde ele corta e lança ao ar o «turbante de crista joiada» (cula-mani-vethanam), ficando apenas com as mechas curtas e encaracoladas.
      • A referência no Buddhacarita VI.57 ao toucado de cabeça como uma «coroa brilhante» (citram makutam), que na realidade era um turbante.
    • A guarda da relíquia do turbante no céu de Tavatimsa, no Culamani-cetiya, por Sakka (Indra).
    • A representação iconográfica estabelecida da protuberância craniana arredondada coberta por cachos, interpretada erroneamente como o unhiso.
    • As consequências da interpretação humanística dos mitos, que tornou inconveniente a representação do turbante ou coroa na figura monástica.
    • O desenvolvimento lógico posterior da protuberância como fonte de uma chama de luz, estudado pelo Dr. Kramrisch, e a sua relação com o brahma-randhra.
    • A restauração, por M. Mus, dos atributos da realeza à figura monástica através do culto do Buddha real como Cakravartin.
  • A etimologia e o simbolismo do ushnisha como atributo real.

    • A derivação da palavra ushnisha de ushna («calor») e ish (no sentido de hims, «golpear»), segundo Panini.
    • A dupla potencialidade de significado: «aquilo que irradia calor» (para o Sol) e «aquilo que repele o calor» (para os humanos).
    • A analogia com o para-sol, que representa o céu, mas é usado como proteção prática.
    • O turbante e o para-sol como atributos e prerrogativas principais da realeza, simbolizando o seu caráter e não uma necessidade prática.
      • O costume de um Raja não permitir o uso de para-sol pelos seus súditos na sua proximidade.
  • O simbolismo do chattrakara-sirah («cabeça como um para-sol») e a sua relação com o ushnisha-sirsha.

    • A ocorrência da expressão chattrakara-sirah no Divyavadana numa lista de belezas de pessoas distinguidas.
    • A interpretação cósmica da expressão como uma assimilação do topo da cabeça ao Céu ou Teto do Universo.
      • As «varas» do para-sol representando os raios de luz e o seu cabo sendo o eixo do Homem Universal e do Universo.
    • A realização iconográfica deste simbolismo através do para-sol sobre a cabeça ou do nimbo circular.
    • Exemplos textuais da associação da cabeça real a um para-sol.
      • Saundarananda V.51: «Ele separou a gloriosa beleza do cabelo da cabeça como um para-sol».
      • Jatakamala X.32: «a beleza do cabelo ataviado era exatamente igual à da cabeça mesma que era como um para-sol».
      • Garuda-Purana XXV.77 e Mahabharata XII.333.11, que vinculam a cabeça real diretamente a um para-sol.
    • A conclusão de que o Sol, ou o rei como Sol dos Homens, é simultaneamente ushnisha-sirsha e chattrakara-sirah.
  • O simbolismo cósmico do ícone anicônico budista que integra as pegadas, o altar e o para-sol.

    • A representação da totalidade do corpo cósmico ou «místico» da Grande Pessoa (Mahapurisa).
      • As pegadas (paduka) correspondendo à Terra.
      • O altar correspondendo ao Ar (o «umbigo»).
      • O para-sol correspondendo ao Céu (a «cabeça»).
    • O paralelismo com a descrição do corpo cósmico de Prajapati no Maitri Upanishad VI.6.
    • O altar como «corpo» no sentido védico, tal como o altar de Agni.
    • O para-sol como a cabeça da Grande Pessoa, análogo ao vaso Mahavira como a «cabeça do sacrifício» no ritual védico.
  • A análise das ideias subjacentes aos símbolos do poder real: o turbante e o para-sol.

    • A interpretação de Rig Veda Samhita X.27.13: «ele (o Sol) com uma coifa pôs em sua cabeça uma defesa» (varutham).
    • A comparação com outros textos onde varutha, ushnisha e opasa são tipos de coifa solar.
    • O comentário de Sayana sobre Rig Veda Samhita X.27.13, interpretando varutham como uma cobertura ou defesa de água.
    • O valor de varutha no Rig Veda como «proteção» ou «abrigo» (sarma).
    • A interpretação do turbante como um ornamento de nuvem e do para-sol como um ornamento de luz, equivalentes à expressão «Nuvens e relâmpagos O rodeavam».
  • O simbolismo solar da Processão Divina e da Porta do Sol.

    • A extensão do feixe de raios solares como o acto da Processão Divina, pelo qual o Divino preenche os mundos.
      • «dividindo-se a Si mesmo, Ele preenche estes mundos» — Maitri Upanishad VI.26.
    • A geração de todos os seres como «filhos do Sol» a partir dos seus raios.
    • O retiro dos raios na morte, cortando o ser.
    • A descrição no Aitareya Aranyaka e no Brhadaranyaka Upanishad dos sinais da morte iminente, relacionados com o obscurecimento do Sol e dos seus raios.
    • A aspiração do homem moribundo de passar através do meio do Sol para a imortalidade.
      • A descrição no Jaiminiya Upanishad Brahmana do «buraco do céu» (divas chidram), todo coberto de raios, por onde o qualificado (arhat) escapa.
    • O simbolismo ritual no Shatapatha Brahmana e no Vajasaneyi Samhita dos ladrilhos Svayamatrnna e Visvajyotis, representando o Céu e o Sol.
    • A «Porta do Sol» ou «Porta do Mundo» como a entrada do Céu, guardada pelo Sol e oculta pelos seus raios.
    • A prece do Peregrino na Isavasya Upanishad 15-16: «Oh tu, Pushan, abre para mim… essa porta… dispersa teus raios… para que eu possa ver tua forma mais bela. Aquele que está aí, a Pessoa, Ele eu sou».
  • A analogia entre o teto (chadis), o para-sol (chattra) e a abóbada celeste.

    • A derivação dos termos da raiz chad («cobrir»).
    • A função de ambos em proporcionar sombra e abrigo (chaya, sarma).
    • O Sol como suporte do Céu, o teto do carro universal.
    • O simbolismo do para-sol como um teto abobadado, com varas que convergem para um ponto central (kannika).
    • O eixo central do para-sol penetrando o ponto de encontro das varas, análogo ao eixo do universo.
    • A analogia com o tronco de uma árvore num templo hipaetral, o mastro de uma stupa e o pilar de fumo de Agni que suporta o céu.
    • O «buraco» ou «olho» no centro do dossel, correspondendo ao brahma-randhra.
  • A síntese dos valores simbolizados pelo turbante e pelo para-sol ou nimbo.

    • A distinção fundamental: o ushnisha (turbante) corresponde ao crânio e ao cabelo, enquanto o chatra (para-sol) é o que envolve estes.
    • A função primária do turbante como uma grinalda ou nuvem que oculta ou modera a glória da cabeça.
    • A função primária do para-sol como um dossel escapular de raios de luz, com uma abertura central.
    • O significado in divinis: denotam o aspecto de Majestade e protegem a privacidade da operação interior, servindo também de proteção para aqueles sobre quem Ele brilha ou chove.
    • A aplicação a um «Sol dos homens» terreno: funções primordialmente simbólicas, mas também de utilidade prática.
    • O uso por súditos: função primária de autoproteção e, secundariamente, honorífica.
    • O vínculo indivisível entre a estrutura física, o uso prático e a referência metafísica nestes artefatos da cultura humana normal.