UNSEEN WARFARE: THE SPIRITUAL COMBAT AND PATH TO PARADISE OF LORENZO SCUPOLI
Este livro é uma preciosidade da espiritualidade da contra-reforma, publicado em 1589, tendo sido traduzido para o grego por Nicodemos Hagiorita foi depois vertido para o russo por Teofano o Recluso, tradução esta também vertida para o inglês pelo mesmo grupo de tradutores dos EARLY WRITINGS FROM THE PHILOKALIA.
Na tradução de Teofano o Recluso para o russo, e vertida para o inglês por Kadloubovsky & Palmer (vide ESCRITOS DA PHILOKALIA), um prefácio alerta para o fato que o livro teria sido escrito por outro, "um sábio homem", e que o Staretz Nicodemos Hagiorita apenas teria revisado, corrigido, e suplementado sua tradução com comentários e excertos dos santos padres. Assim, diz, Teofano, o livro pertence a Nicodemos em espírito. A tradução em russo, segundo Teofano, se preocupou em incorporar mais comentários e testemunhos dos padres no texto, eventualmente alterando o texto para que fluísse melhor na leitura. Assim justifica sua tradução russa como uma livre versão do livro original de Scupoli, adaptado e traduzido para o grego por Nicodemos.
No Prefácio oferecido por Nicodemos Hagiorita, ele apresenta o livro como genuinamente denominado Combate Espiritual pois não ensina a arte da guerra visível e sensível, não fala dos inimigos visíveis e corporais, mas da luta (agon) invisível e interior, que todo cristão se submete a partir do batismo, quando faz os votos a Deus de lutar por Ele, para a glória de Seu divino Nome, até a morte. Fala de inimigos invisíveis e incorpóreos, que são as paixões variadas e concupiscências da carne, e dos demônios malignos que odeiam o homem e nunca cessam de lutar contra nós, dia e noite, como dito pelo divino Paulo: "Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais." (Eph 6:12).
Para Nicodemos, o livro ensina que os guerreiros que tomam parte nesta guerra invisível são todos cristãos; e seu comandante é Nosso Senhor Jesus cristo, cercado e acompanhado por Seus comandantes e generais, ou seja, por toda as hierarquias de anjos e santos. A arena, o campo de batalha, o sítio onde a luta realmente tem lugar é nosso coração kardia e todo nosso homem interior. O momento da batalha é toda nossa vida.
Com que armas os guerreiros estão armados para esta guerra invisível? Segundo Nicodemos, seu elmo é a total descrença neles mesmos e a completa ausência de auto-confiança; seu escudo e colete de malha — uma corajosa fé (pistis) em Deus e uma firme confiança Nele; sua armadura e couraça — a instrução na paixão de Cristo; seu cinturão — o corte das paixões (pathos) corporais; suas botas — a humildade e o reconhecimento e o sentido permanentes de sua impotência; suas esporas — paciência na tentação e repúdio da negligência; sua espada, que sempre empunham em uma mão é a oração (euche)seja com os lábios ou interior — no coração; seu tridente, que empunham na outra mão, é a firme resolução de não concessão às paixões que os assaltam, mas a repulsa delas com ira (orge) e total rancor; seus ganhos e alimentos, os sustentando em sua resistência ao inimigo, a frequente comunhão com Deus tanto através do mistério da Santa Eucaristia, e interiormente; a atmosfera clara e sem nuvens, que os permitem ver o inimigo de longe, é um constante exercício da mente no conhecimento daquilo que é justo aos olhos do Senhor, e um constante exercício da vontade em desejar o que agrada a Deus, paz e quietude do coração.
Por isso, torna-se necessário combater constantemente contra si mesmo e empregar toda a força para arrancar cada inclinação viciosa, mesmo as triviais. Consequentemente, para preparar-se para o combate, a pessoa deve reunir toda a sua resolução e coragem. Ninguém será coroado se não houver combatido com coragem. (...)
Aquele que tiver a coragem de conquistar suas paixões, dominar seus apetites e rejeitar até os mais mínimos movimentos de sua vontade pratica uma ação mais meritória aos olhos de Deus do que se, sem isso, dilacerasse a própria carne com as mais agudas disciplinas, jejuasse com maior austeridade que a dos Padres do deserto, ou convertesse multidões de pecadores (...)
O que Deus espera de nós, sobretudo, é uma séria aplicação em conquistar as nossas paixões; e isso constitui mais propriamente o cumprimento do dever do que se, com apetite incontrolado, Lhe prestássemos um grande serviço. (...)
Para obter isso, deve-se estar resolvido a uma guerra perpétua contra si mesmo, começando por armar-se das quatro armas sem as quais se torna impossível alcançar a vitória nesse combate espiritual. Essas quatro armas são: desconfiança de si mesmo, confiança em Deus, uso apropriado das faculdades do corpo e da alma, e o dever da oração. (extrato da introdução, em espanhol, encontrado na Internet''