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id da página: 1427 Alexandre Schmemann

Alexandre Schmemann

Philokalia — Alexandre Schmemann (1921-1983)


VIDE: PROTOPRESBYTER ALEXANDER SCHMEMANN; Wikipedia; OrthodoxWiki

DIEKER, Bernadette; MONTALDO, Jonathan (ORGS.). Merton & Hesychasm: the prayer of the heart: the Eastern Church. Louisville, Ky: Fons Vitae, 2003

Os "notebooks" fornecem mais evidências do interesse de Thomas Merton pela tradição espiritual e intelectual da Ortodoxia Russa. Em 1966, ele publicou um artigo de revisão na revista Monastic Studies sobre os dois primeiros livros de Alexander Schmemann a serem publicados em inglês, Sacraments and Orthodoxy (Sacramentos e Ortodoxia) e Ultimate Questions (Questões Fundamentais) [apresentados na Parte III deste volume]. O primeiro deles é uma brilhante introdução à compreensão ortodoxa da fé e do culto, na qual o autor apresenta ao leitor a visão do mundo em si como sacramento da sabedoria e do amor de Deus. O segundo é uma antologia de textos de alguns dos principais pensadores russos dos séculos XIX e XX. A resenha publicada revela o entusiasmo de Merton por ambos os livros, mas as anotações no Caderno 16 (agosto-novembro de 1965) mostram a rapidez de sua resposta, pois ele copia trechos que chamam sua atenção e os comenta na página oposta. É interessante notar que o mesmo caderno contém vinte e quatro páginas de anotações sobre Ética, de Bonhoeffer, um livro que ele leu com ainda mais interesse e entusiasmo.

Schmemann era um homem que tinha algo do dom de Merton de tornar os temas teológicos acessíveis ao leitor comum, e sente-se em Merton uma ressonância muito especial com algumas de suas posições. Ao longo de seus escritos, Schmemann viu dois perigos para a Igreja no século XX: por um lado, o de se retirar para um mundo pequeno, restrito e artificial de preocupações religiosas; por outro, o de sair ao encontro do mundo inteiramente nos termos do mundo. Merton aplica esse discernimento à posição do monge. Cito a resenha:

O verdadeiro caminho do monge não deve, na verdade, ser buscado na elaboração de alguma resposta explícita ou implícita a quaisquer problemas especiais que o mundo possa ter formulado para si mesmo. O monge não é um homem de respostas. Ele não precisa se preocupar com uma atitude otimista ou pessimista em relação a essas questões, por mais cruciais que possam parecer. Sua vida é uma expressão de esperança e alegria escatológicas, da presença do Senhor em sua criação, que ele redimiu e que, pelo poder do Espírito, ele transformará. Quando isso for compreendido, a vida monástica será vista como o que realmente é: completa abertura ao Espírito e, portanto, abertura a tudo o que é abençoado por Deus, seja no mundo ou fora dele.

É nesse sentido que, sem propor esta ou aquela resposta aos problemas da injustiça social, da guerra, do racismo, da tecnologia, da automação, o monge estará ainda mais aberto, em compaixão e amor, ao seu irmão no mundo, porque é libertado pela sua vocação das respostas falsas ditadas pelo próprio mundo. Essa abertura é ilusória, a menos que seja explicitamente paga pela obediência ao Espírito e à palavra da Cruz.


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