Nota-se o simbolismo fálico do Calame, que lembra o lingam criador de Shiva, e que aliás põe nitidamente em evidência o caráter sagrado da união sexual. - Por outro lado, a atenção será atraída para a relação que existe entre o Calame e a função profética ou - de um outro ponto de vista - a santidade suprema: assim, o Profeta Maomé diz de si mesmo: "Eu sou o Calame" (Ana'l-Qalam); da mesma forma, Seyidna Ali, o "santo João do Islã", diz: "Eu sou o ponto (diacrítico) sob a letra ba; eu sou o lado de Allah (o "Verbo", "sentado à direita "de Deus"); eu sou o Calame; eu sou a Tábua guardada; eu sou o Trono de Allah; eu sou os sete Céus." - Nota-se igualmente a similitude entre a ordem de Allah dada ao Calame: "Escreve!" e a ordem do Arcanjo Jibrail a Maomé: "Lê!", assim como entre a resposta do Calame: "O que escreverei?" e a de Maomé: "Eu não sei ler", - respostas que se encontram em conexão imediata com a qualidade de "iletrado" (ummi) própria ao Profeta; da mesma forma, a anunciação feita à Virgem Maria apresenta, em todos os detalhes essenciais, uma analogia notável com os exemplos que acabaram de ser citados.