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id da página: 12766 Izutsu (TIST) – O Absoluto aparece segundo a capacidade natural de cada um Toshihiko Izutsu

Izutsu (TIST) – O Absoluto aparece segundo a capacidade natural de cada um

O Absoluto possui um aspecto no qual aparece em cada criatura. Assim, é o Exterior que se manifesta em tudo o que é inteligível, sendo, ao mesmo tempo, um Interior que se oculta de toda inteligência, exceto na mente daqueles que sustentam que o mundo é sua Forma e sua Natureza Essencial (uma manifestação concreta) do Nome 'o Exterior'.

Esta passagem é reproduzida por al-Qāshānī de forma mais explicitamente articulada, como segue:

O Absoluto aparece em cada criatura de acordo com a 'preparação' (ou seja, capacidade natural) dessa criatura em particular. É nesse sentido que o Exterior aparece em tudo o que é inteligível de acordo com a 'preparação' da inteligência individual. E essa (ou seja, a 'preparação' particular) é o limite de cada inteligência. . . .

Mas (o Absoluto) é também o Interior, (e nessa capacidade é) nunca acessível à inteligência além do limite estabelecido pela própria 'preparação' desta última. Se a inteligência tenta ir além de seu limite natural através do pensamento, isto é, (se tenta compreender) o que está naturalmente oculto de sua compreensão, o coração se desvia, exceto no caso dos verdadeiros sábios cuja compreensão não tem limite. Esses são aqueles que compreendem a questão de Deus a partir de Deus, não por meio do pensamento. Nada é 'interior' (ou seja, oculto) de sua compreensão. E eles sabem que o mundo é a Forma ou a Natureza Essencial do Absoluto, isto é, sua realidade interior, manifestando-se exteriormente sob o Nome 'o Exterior'. Pois a Realidade Divina (haqiqah) em sua absolutez nunca pode ser 'Natureza Essencial' a não ser em vista de uma determinação (ou limitação), seja a determinação da própria 'absolutez', como exemplificado pelas palavras corânicas: 'Ele é Deus, o Uno.'

Quanto à Realidade Divina enquanto Realidade Divina, está completamente livre de qualquer determinação, embora (potencialmente) seja limitada por todas as determinações dos Nomes Divinos.

Não só o Absoluto se manifesta em tudo no mundo de acordo com a 'preparação' de cada um, mas é o 'espírito' (rūh) de tudo, seu 'interior' (bāṭin). Este é o significado do Nome 'o Interior'. E no sistema ontológico de Ibn Arabi, o Absoluto constituindo o 'espírito' ou 'interior' de qualquer coisa significa nada mais do que o Absoluto se manifesta no arquétipo (ou na essência) dessa coisa. É uma espécie de automanifestação (tajalli) em não menor grau do que o tajalli exterior. Assim, o Absoluto, nesta visão, manifesta-se tanto interna quanto externamente.