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id da página: 11966 Avicena (1037) – O Gnóstico Avicena

Avicena (1037) – O Gnóstico

MSRMI

Toda coisa criada, por sua natureza, anseia pela perfeição que significa seu bem-estar, e a perfeição do ser criado é alcançada pela graça dAquele que é essencialmente perfeito. O objeto mais perfeito de amor é a Primeira Causa de todas as coisas, pois Sua Glória é revelada, exceto àqueles que não são capazes de receber a revelação... Ele está oculto apenas para aqueles que estão velados por deficiência, fraqueza e defeito.

Mas os gnósticos despiram os véus de seus corpos e se devotaram à preocupação com Deus... a alma então alcançou a luz do Sol e é capaz de receber a Iluminação Divina quando deseja, livre de todas as distrações mundanas, até ser totalmente santificada. O gnóstico deseja apenas a Deus, nenhum outro, e O adora como o único objeto digno de adoração. Ele não é movido pela esperança de recompensa, nem pelo temor do castigo, nem por qualquer outra coisa, pois seus olhos estão fixos somente em seu Senhor.

Há estágios e graus na vida contemplativa, aos quais apenas o gnóstico neste mundo alcança. O primeiro passo para o gnóstico é chamado de Vontade, que significa certeza quanto ao Caminho. Através dela, o gnóstico disciplinará sua alma, por meio de sua fé, e a direcionará para Deus, para que possa atingir a alegria da união. O segundo estágio é o da autodisciplina, que se direciona a três coisas: remover tudo, exceto Deus, da escolha do gnóstico; submeter sua alma carnal à sua alma racional, para que a imaginação e o intelecto sejam atraídos pelas coisas elevadas, não pelas baixas; e tornar a consciência atenta à advertência. O terceiro estágio significa que a alma, agora livre dos desejos sensuais, é preenchida com bons pensamentos e se entrega ao amor espiritual, que busca ser governado pelas qualidades do Amado.

Agora, surgem para o gnóstico lampejos da Luz Divina, como relâmpagos fugazes, que passam rapidamente. Por aqueles que os experimentam, esses são chamados de "estados místicos", e cada estado traz alegria e se torna mais frequente, à medida que o gnóstico se torna mais capaz de recebê-los. No quarto estágio, o místico vê Deus em todas as coisas, e então, no quinto estágio, ele se acostuma com a Presença de Deus: os breves relâmpagos tornam-se uma chama resplandecente, e ele atinge o conhecimento direto de Deus, estando continuamente em comunhão com Ele.

Então, o gnóstico avança para o estágio de contemplar Deus em Si mesmo: ele está ausente, mas presente; está partindo, mas permanecendo. Depois, ele se volta para o mundo da Realidade, e sua contemplação de Deus se torna estável e contínua. E quando ele passa do esforço à realização, sua alma mais íntima se torna um espelho polido, refletindo o Rosto de Deus. Então, ele se desprende de si mesmo e contempla apenas a Glória Divina. E se olha para si mesmo, é apenas como aquele que contempla. E quando chega a esse ponto, alcançou a união completa com Deus.